Sexta-feira, 11 Outubro, 2024
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EDITORIAL

Por Jornal Notícias
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AS eleições gerais e dos membros das assembleias provinciais realizadas quarta-feira, no país e na diáspora,continuam na ordem do dia, havendo uma grande expectativa dos moçambicanos e comunidade internacional de saber quem será o próximo Presidente da República, como estará constituída a Assembleia da República, e quem vai ocupar o cargo de governador provincial no próximo quinquénio.

De acordo com a lei, iniciada a contagem dos votos, a publicação dos resultados do escrutínio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), caso não haja lugar para segunda volta, acontece até 15 dias depois da votação, antes dos mesmos serem validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

Deste modo, é justo considerar-se que o processo que começou com o recenseamento eleitoral, submissão e aprovação de candidaturas, propaganda política e votação caminha para o seu fim.

Uma nota digna de realce é o elevado interesse que o escrutínio despertou no cidadão, o que acabou influenciando positivamente a afluência às urnas que se verificou no dia da votação. 

Ainda assim, a julgar pela avaliação feita tanto por observadores nacionais e estrangeiros, como pela comunicação social no final do dia da votação e a própria CNE, tanto a campanha, como o processo de votação decorreram sem incidentes de relevo.

Há, entretanto, críticas feitas por alguns partidos e candidatos sobre alegadas irregularidades no dia da votação, como o impedimento de acesso às assembleias de voto de certos delegados de candidatura, ausências de nomes de potenciais votantes nos cadernos eleitorais disponibilizados a determinadas mesas.

São, no nosso ponto de vista, irregularidades que devem futuramente ser corrigidas, embora não tenham potencial para alterar o resultado final da votação.

No entanto, vale ressalvar a necessidade dos principais actores do processo assumirem as suas responsabilidades para a integridade do escrutínio: o desejo dos moçambicanos é que o desfecho do processo eleitoral seja pacífico, o que passa pela aceitação dos resultados pelos contendores.

Isto só será possível se os políticos e os órgãos de gestão eleitoral jogarem o seu papel como garantes da integridade do escrutínio. Para tal, qualquer suspeição que vier a público em torno do processo, a CNE, como órgão responsável pela gestão eleitoral, deve vir a público, prontamente, para dissipar as dúvidas. 

Também não é razoável que políticos que recebem dinheiro do erário público para viabilizarem as suas pretensões de governar o país façam apelos à desobediência civil, pressionem os órgãos eleitorais e manipulem a sociedade civil. Este modo de agir propicia um ambiente tenso, cujas consequências serão, seguramente, nefastas para o país como um todo. 

Neste momento, os moçambicanos precisam de transmitir confiança aos investidores de que vale a pena apostar no país. Somente desta forma poder-se-ão identificar soluções para os problemas que afligem a sociedade como escassez de emprego e de habitação e a pobreza no meio rural.

Não restam dúvidas de que aumentou a consciência democrática dos moçambicanos, mas para que esta seja enaltecida deve também prevalecer a convivência pacífica.

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