Sábado, 21 Dezembro, 2024
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Parceria alarga tratamento dermatológico a albinos

Por Jornal Notícias
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UMA campanha de observação médica na área de dermatologia, orientada para pessoas com problemas de pigmentação da pela, arrancou na manhã de ontem, no Hospital Central da Beira, (HCB) e calcula-se que vá atender no mínimo 300 pacientes.

Envolvendo médicos especialistas moçambicanos, espanhóis, portugueses, alemães e norte-americanos, a campanha tem como público-alvo pessoas com albinismo, que, pelas suas características, são mais vulneráveis ao cancro da pele devido à deficiência da melanina.

Segundo Serema Luís, dermatologista do HCB, a iniciativa resulta da parceria entre o HCB e a Cooperação Espanhola, envolvendo a organização África Directo, que busca consciencializar as pessoas com albinismo a protegerem-se das radiações solares e adoptarem medidas para a prevenção do cancro de pele.

“No âmbito da campanha, no quadro da prevenção das doenças da pele, incluindo o cancro, as pessoas com albinismo recebem protectores solares e cremes para a protecção labial”, explicou a profissional de saúde.

Segundo Serema Luís, este grupo tem prioridade nas consultas de dermatologia para o rastreio e seguimento, independentemente das campanhas.

Campanha de rastreio do cancro da pele abrange 300 pacientes

A médica fez alusão também à vulnerabilidade dos olhos deste grupo, lembrando que é importante que não só protejam a pele, mas devem também prestar atenção à  vista.

“No rastreio, os que precisam de consulta de oftalmologia são enviados para este serviço; e os que têm lesões na pele, depois de devidamente observados, são submetidos a tratamento. Nalguns casos é preciso fazer algumas cirurgias para evitar que os danos se propaguem para outras partes do corpo”, disse Serema Luís.

Acrescentou que há um número considerável de doentes que chegam com lesões de pele, sendo que o grosso é oriundo dos distritos distantes da cidade. Aponta o défice de informação como uma das causas de lesões de pele, entre outros aspectos sanitários mais graves. Disse ainda que haverá tratamentos também para os casos que levarão mais tempo.

“Nem todas as lesões da pele de pessoas com albinismo evoluem para o cancro; algumas são resolvidas com tratamentos básicos, desde que o indivíduo se proteja o problema pode ser facilmente ultrapassado”, explicou.

Por sua vez, o chefe da missão, o dermatologista Jorge Romaní, disse ser necessário ensinar este grupo social quais as medidas para a prevenção do cancro de pele, o que passa pelo rompimento de alguns mitos, sobretudo na alimentação, onde é comum se dizer que os portadores de albinismo não podem comer determinados alimentos, com destaque para o peixe e carne.

“Diagnosticamos uma pessoa com cancro de pele e foi operada ainda hoje (ontem). A exposição prolongada e sem protecção aos raios solares, no caso em apreço, foram as causas da doença. Eles são muito sensíveis ao sol”, explicou Romaní.

A última campanha beneficiou a 150 pessoas.

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