Quinta-feira, 19 Dezembro, 2024
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REFLEXÕES DA MUVALINDA: Eu tenho um sonho

Por Jornal Notícias
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CÂNDIDA MUVALE*

HOJE, vou-me inspirar nas palavras ditas no famoso discurso de Martin Luther King “Eu Tenho um Sonho”, proferido a 28 de Agosto de 1963, durante a Marcha sobre Washington por Empregos e Liberdade. Trata-se de uma marcha que foi um marco importante no movimento dos direitos civis nos Estados Unidos, reunindo mais de 250 mil pessoas que se manifestaram em busca de igualdade racial e justiça social.

Parafraseando Martin Luther King: Eu tenho um sonho, na verdade não apenas um, mas vários, sonho em ver o meu país em paz efectiva, sem o terrorismo em Cabo Delgado, nem ameaças constantes de instabilidade da paz; sonho em ver os serviços básicos (saúde e educação) a funcionarem em pleno; que não faltem insumos e medicamentos nos hospitais e que os livros de distribuição gratuita cheguem a tempo aos nossos petizes; sonho num Moçambique desenvolvido, que saia da lista dos países mais pobres do mundo, onde as desigualdades sejam reduzidas, ninguém morra a fome e ninguém é deixado de lado no processo de desenvolvimento.

Sonho num Moçambique próspero, onde as riquezas são bem distribuídas, a corrupção seja uma excepção, as infra-estruturas sejam resilientes e a Estrada Nacional número Um seja um tapete sem buraco sequer, unindo o país do Norte ao extremo Sul; sonho com os funcionários públicos e privados sendo bem pagos, o salário seja justo e trabalho digno; sonho com uma agricultura industrial, com fábricas de processos de alimentos evitando desperdício e nos livrando da escravidão das importações; sonho com água potável e energia disponível para toda a população.

Sonho num Moçambique onde não haja analfabetos, que os nossos cidadãos tenham a capacidade de assinar o seu próprio Bilhete de Identidade, ler e fazer contas básicas e, mais do que isso, ter capacidade de analisar e discutir diferentes aspectos da vida social e económica; um país com grande parte dos infectados pelo HIV a terem atingido uma carga viral indetectável; um país onde a morte materno-infantil e violência obstétrica fiquem para a história; país onde as pessoas com deficiência e/ou necessidades educativas especiais sejam respeitadas e não lhes seja negadas o direito à educação.

Sonhar não paga imposto, já diz o velho ditado, mas melhor parar por aqui a explanação do meu sonho para Moçambique.

Mais do que sonho, precisamos de ter planos práticos para a materialização dos mesmos e convenhamos, muitos desses sonhos com um pouco de mão na massa, boas reformas e políticas são alcançáveis em um futuro muito mais breve possível.

Estou expectante que o presidente que for declarado vencedor possa materializar parte considerável destes sonhos.

Um versículo que é importante lembrar é o de Provérbios 29:2: “Quando os justos governam, o povo se alegra; mas quando o ímpio domina, o povo geme.” Esse trecho destaca a importância de líderes justos que com a sua boa liderança traz alegria e prosperidade ao povo.

*Psicóloga e Activista Social

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