Opinião & Análise CÁ DA TERRA: Violência gerará sempre violência Por Jornal Notícias Há 2 meses Criado por Jornal Notícias Há 2 meses 857 Visualizações Compartilhar 0FacebookTwitterPinterestEmail 857 O PAÍS acorda hoje sob o manto da incerteza com uma grande possibilidade de mistura de políticos e “arruaceiros” que pretendem usar “o povo no poder” como arma de arremesso, dada a percepção por parte de alguns outros de que as ideias e a irreverência devem ser levadas ao seu extremo. Nos dias que correm testemunhamos o coro de apelos para uma greve que por experiências anteriores, podem estar prenhes de desvios e apropriação indevida deste acto em si. A questão que se coloca é básica. O povo, tem que ficar de fora disso, porque ele é contra a violência e consciente das suas responsabilidades. Os políticos também deviam, pela sua capacidade de influenciar as pessoas, estar conscientes que uma mera palavra mal contextualizada ou mal entendida pode levar os jovens à perdição. Os políticos devem sim mostrar o caminho certo, mostrar como não se faz e como se deve fazer, compreender, enquanto mensageiros por um país melhor. A herança de plena desconfiança de tudo e todos, que aparentemente esteve hibernada durante quatro longos anos, volta a manifestar-se, cada vez mais virulenta, acirrando preocupações sobre o futuro quase imediato. As nossas práticas, princípios e perspectiva singular da política, assim como as equações sociais nos quais militantes e simpatizantes transitam, carece ainda de apuramento para induzir uma plena participação dos cidadãos na condução dos seus destinos sem violência. É preciso recordar a uma grande franja de pessoas que tem um dever para com esta nação. Enxergamos o mundo da política que mais contribui para a expressão de reivindicações fora do quadro democrático comummente praticado e vivido como definição e herança de países com tradição neste tipo de eventos. A desconfiança não soa como um defeito, mas como uma garantia de sobrevivência a qual muitos dos nossos se socorrem, dada a sua visão de um mundo repleto de traição, dum ponto de vista de que em toda a acção há sempre segundas intenções, que há sempre quem está a tramar algo. Infelizmente, os nossos processos, porque baseados na desconfiança generalizada, são por isso desgastantes e podem facilmente multiplicar algum rancor e mágoa, perspectiva que não traz paz e agudiza divisões. Aprendi que o nosso país é abençoado e que nós também somos por natureza propensos à busca contínua do bem. Há que saber o que é ser atraiçoado pelo desespero para não apostarmos numa nuvem negra, capaz de sugar todo o ânimo e tornar a felicidade, por mais fugaz, um sentimento impossível. A centelha de esperança que conseguimos preservar, mesmo nos momentos mais sombrios, deve servir de farol para sobreviver à tempestade. Salvo melhor entendimento, greve é a cessação colectiva e voluntária do trabalho por trabalhadores com o propósito de obter benefícios, como aumento de salário, melhoria de condições e etc.O que foi convocado para hoje não parece reunir estes requisitos. Não me compete censurá-los por isso, pois o recurso à greve deve ser uma prerrogativa das profissões. O que me parece, porém, é que esta “greve” só pode interessar os políticos e, certamente, esses não estarão dispostos a dar o seu apoio àquela mamana que depende do suor de sol-a-sol para ter o que comer no imediato. Essa greve vai resultar inútil, porque vai matar o nosso povo à fome, expó-lo à violência, daí pode ser que não e até concorra muito para a solução da principal reivindicação, mas sobretudo para agudizar as diferenças e a desconfiança. Leia mais… Você pode gostar também Contrariar tendência crescente de suicídios Sinal que o país emite no âmbito do branqueamento de capitais BELAS MEMÓRIAS: Os ovos não se partem, pai!(4) Um olhar sobre as “chamussas” da Polícia CÁ DA TERRAOpinião & AnáliseVIOLÊNCIA Compartilhar 0 FacebookTwitterPinterestEmail Artigo anterior BELAS MEMÓRIAS: A dívida pela prótese Próxima artigo Sucatas no transporte de passageiros Artigos que também podes gostar REFLEXÕES DA MUVALINDA: Parabéns campeãs Há 2 horas BELAS MEMÓRIAS: Fragilidades! Há 6 dias CÁ DA TERRA: Uma bonança bem antecipada Há 6 dias REFLEXÕES DA MUVALINDA: Direitos humanos Há 1 semana Vamos parar com isto… Há 2 semanas BELAS MEMÓRIAS: Como regressarei à casa? Há 2 semanas