Quinta-feira, 21 Novembro, 2024
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Assassínio ou acidente: 38 anos sem Samora Machel

Por Jornal Notícias
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STÉLIO DIMANDE

NO domingo, 19 de Outubro, Samora Machel viajou com a sua delegação para Mbala, na Zâmbia, onde deveria participar numa reunião da Linha da Frente. Um dos pontos da agenda era Machel, Kaunda e José dos Santos, presidentes de Moçambique, Zâmbia e Angola, respectivamente, confortarem o líder do Zaire, Mobuto Sese Seko acerca do seu apoio à UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola, é um partido político angolano). É o maior partido da oposição desde 1976, no qual o apoio a essa formação político-militar angolana recebia o da América através do Zaire. Outro ponto da agenda era verificarem o apoio da África do Sul à RENAMO (Resistência Nacional de Moçambique).

Entretanto, no final da reunião Machel e a sua delegação deixaram Mbala com destino a Maputo. Tragicamente, o avião presidencial despenhou-se no solo sul-africano, em Mbuzini. A notícia do sucedido em Moçambique só chegou por volta das 6.00 horas do dia 20, na pessoa de Pik Botha na altura ministro dos Negócios Estrangeiros da África do Sul.

O funeral do Presidente Samora Machel teve lugar no dia 28 de Outubro de 1986. É na Praça dos Heróis moçambicanos, em Maputo, que se localiza a cripta de Machel, que se encontra ao lado do arquitecto da Unidade Nacional.

Após 38 anos do desaparecimento físico de Machel, há muitas questões.

Assassínio ou acidente?

O mais importante é recordar que Machel, pela sua abertura, criou muitas divergências e inimigos na região da África Austral. Já tinha desavenças com Magnus Malan, por causa deste e o seu governo apoiarem a RENAMO, bem como o apoio sul-africano à UNITA.

Machel tinha querelas com o ditador Mobuto, presidente do Zaire, que apresentava uma governação corrupta, luxúria, enquanto o povo continuava pobre e miserável. Foram vários inimigos externos que Machel teve ao longo do tempo e que a sua morte já era desejada na diáspora por muitos.

Será que a nível interno todos comungavam dos mesmos ideais com Samora Machel?

Trinta e oito anos depois, o dossier de Mbuzini continua aberto ou fechado?

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