Governo apela à retoma do trabalho a vários níveis

O PRIMEIRO-MINISTRO, Adriano Maleiane, apela ao retorno de actividades nas instituições públicas, privadas e no sector informal como forma de assegurar a continuidade do desenvolvimento do país.

Para Maleiane, a resolução de conflitos eleitorais não se faz com a paralisação de actividades, destruição de bens públicos e privados, nem colocação de barricadas nas estradas e/ou queima de pneus.

Numa exortação feita domingo à noite, o Primeiro-Ministro pediu aos moçambicanos para ajudarem a Polícia da República de Moçambique (PRM) a manter a ordem e tranquilidade públicas. 

“A cada dia que ficamos sem trabalhar a nossa economia está a sofrer. Se continuarmos assim, por exemplo, dentro de alguns dias a discussão não será sobre eleições, mas sobre a fome”, disse.   

Indicou que as manifestações são legais, desde que aconteçam dentro das normas estabelecidas. Acrescentou que não há e nem deve haver alguma relação de manifestações com paralisação da actividade laboral. 

“O país não se pode desenvolver numa situação em que nós não trabalhamos. O apelo que eu faço é de retorno ao trabalho. Vamos fazer política, mas trabalhando, porque nenhum estrangeiro virá a Moçambique criar condições para nós”, disse Adriano Maleiane.

Neste contexto, referiu que os moçambicanos devem continuar a resolver os seus contenciosos eleitorais usando vias legais, sendo que o Conselho Constitucional recebeu os recursos de contencioso eleitoral e prometeu pronunciar-se oportunamente. Aliás, em várias ocasiões os moçambicanos souberam resolver os seus diferendos dialogando. É isso que deve prevalecer.

Recordou que se está no período de exames escolares para algumas classes e as crianças estão ameaçadas porque as viaturas estão impedidas de circular, situação que complica o processo de ensino e aprendizagem.

TUMULTOS EM MAPUTO

Entretanto, nas primeiras horas de ontem as cidades de Maputo e da Matola viveram momentos de agitação, acompanhados de actos violentos protagonizados por alguns cidadãos, nas manifestações convocadas pelo candidato presidencial suportado pelo partido PODEMOS.

Em vários pontos das duas cidades eram visíveis pessoas que, em vez de se manifestarem pacificamente,colocavam barricadas nas estradas impedindo a circulação normal de pessoas e bens.

Fala-se da morte de uma criança no bairro de Magoanine, na cidade de Maputo, mas o “Notícias” não conseguiu confirmar tal facto junto das autoridades.

Foto: C. Macassa