Quinta-feira, 14 Novembro, 2024
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Ritos de iniciação ainda preocupam

Por Jornal Notícias
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OS sectores de Género, Criança e Acção Social e da Educação, na província, são desafiados a encontrar, junto dos líderes comunitários, um mecanismo que garanta a  realização dos ritos de iniciação sem que as crianças envolvidas percam o ano lectivo.

O repto foi lançado recentemente pela governadora da província, Judite Massengele, que enfatizou que os ritos de iniciação concorrem para a não retenção de raparigas na escola.

“Por isso, as lideranças comunitárias devem beneficiar de alguns programas do sector da Educação, tendo em conta que promovem estas práticas nas comunidades”, disse.

O facto é que na província este ritual é geralmente praticado em pleno período de aulas, alegadamente por ser o momento em que os pais e/ou encarregados de educação têm tempo. Isso tem contribuído negativamente no aproveitamento pedagógico, porque muitas crianças passam mais tempo fora da escola e acabam por desistir das aulas.

Neste contexto, Massengele instou ainda os dois sectores a juntarem-se aos líderes comunitários para identificarem medidas que não prejudiquem o ensino das raparigas.

“Gostaria que a Direcção Provincial de Género, Criança e Acção Social e os sectores da Saúde e Educação conversassem com os líderes comunitários para reverem o calendário das cerimónias de ritos de iniciação. Não digo que não se façam os ritos de iniciação, pois são importantes, visto que é através deles que as crianças aprendem a como se comportarem na sociedade, mas também não se deve prejudicar as raparigas”, anotou.

Esta realidade verifica-se num momento em que o Governo está a promover programas de retenção da rapariga na escola, razão pela qual é imperioso que se estabeleça um período exacto para a realização dos ritos de iniciação sem comprometer os programas de promoção do ensino das raparigas.

Referir que normalmente os ritos de iniciação fazem parte da educação tradicional, onde se incorporam valores que são atribuídos às crianças para a sua inserção social, enfatizando-se a necessidade do respeito aos mais velhos.

Durante os ritos, que duram um mês, os rapazes ficam isolados no mato e raparigas fechadas numa casa para aprenderem sobre a vida adulta.

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