Clima é ainda tenso em Ressano Garcia

O CLIMA continuava tenso ontem na fronteira de Ressano Garcia, entre Moçambique e África do Sul, com um grupo de manifestantes a impedir a circulação de viaturas, por um lado e, por outro, a Polícia da República de Moçambique atenta a qualquer tentativa de distúrbio.

Ressano Garcia vive desde quarta-feira um bloqueio protagonizado por manifestantes que repudiam os resultados das eleições de 9 de Outubro, situação que está a contribuir para a redução do número de viajantes entre os dois países.

O “Notícias”, que ontem esteve nesta que é a maior fronteira terrestre do país em termos de movimento migratório e de colecta de receitas para o Estado, constatou que atravessaram 180 pessoas, contra 250 de quarta-feira. A média diária é de dois mil viajantes.

Juca Bata, porta-voz do Serviço Nacional de Migração (SENAMI), explicou que o abrandamento do movimento migratório tem a ver com o facto de as pessoas quererem preservar a sua integridade física, já que os manifestantes têm um tom ameaçador.

Muito dos viajantes, segundo a fonte, atravessaram o posto fronteiriço nas primeiras horas, antes dos manifestantes voltarem a se concentrar, conforme explicou Bata.

A expectativa, tal como indicou, é de que a situação venha a melhorar a partir de hoje (sábado), uma vez que os manifestantes avisaram que as marchas só terminariam sexta-feira (ontem).

No geral, o dia de ontem foi relativamente calmo. O comércio, desde a venda de comida, bebidas alcoólicas diversas até à troca de moeda, esteve interrompido.

Entretanto, o grupo de manifestantes, maioritariamente de residentes em Ressano Garcia, caminha pelos bairros para alertar aos comerciantes para não abrirem os seus estabelecimentos.

A Reportagem do “Notícias” constatou, ainda, que tanto do lado moçambicano como da África do Sul continuava haver filas longas de camiões querendo atravessar de um país para o outro.

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