Selma Uamusse canta no tributo a Sara Tavares

A CANTORA moçambicana Selma Uamusse, radicada há algum tempo em Portugal, é uma das 16 artistas que actuam hoje na cidade de Lisboa, num espectáculo de homenagem a Sara Tavares, que faleceu nesta data no ano passado.

O evento é intitulado “Coisas Bunitas”, título de um dos maiores êxitos da cantora. Conta também com actuações de Ana Moura, Capicua, Carlão, Dino D’Santiago, Djodje, Ivandro, Luiz Caracol, Lura, Miroca Paris, Nancy Vieira, Nenny, Richie Campbell, Samuel Úria, Slow J e Toty Sa’Med, para além dos músicos e da equipa que trabalhava com a cantora. 

A homenagem da passagem do ano do falecimento da artista vai decorrer no Coliseu dos Recreios e os lucros do espectáculo serão revertidos para o projecto “Casa Saracotiar” (a Casa Sara Tavares), que visa preservar o legado da cantora na cidade de Lisboa.

“O Centro visa garantir a partilha da sua história, música, do legado e que irá continuar a criar pontes, oportunidades, a apoiar e inspirar novos artistas nas mais diversas formas de arte, através de acções desenvolvidas para o efeito”, refere uma nota sobre o certame. 

Sara Tavares, diagnosticada com um tumor cerebral, morreu a 19 de Novembro de 2023, aos 45 anos, em Lisboa.

De ascendência cabo-verdiana, nasceu em Lisboa em 1978, deu-se a conhecer ainda adolescente nos anos 1990 no concurso televisivo de talentos “Chuva de Estrelas”, da SIC, a interpretar um tema de Whitney Houston.

Pouco depois venceu o Festival RTP da Canção de 1994 com “Chamar a Música”, tema de Rosa Lobato de Faria e João Oliveira, com o qual obteve o oitavo lugar no Festival Eurovisão da Canção por Portugal.

Em 1996, Sara Tavares estreou-se com o álbum “Sara Tavares & Shout!”. Nas duas décadas seguintes editou vários álbuns que a aproximaram das raízes cabo-verdianas, com destaque para “Balancê” (2005), que lhe valeu um disco de platina e prémio Artista Revelação BBC Radio 3 World Music.

Em 2011 recebeu Prémio de Melhor Voz Feminina no Cabo Verde Music Awards, e no ano seguinte deu continuidade à digressão internacional “Xinti”, título do álbum editado em 2009, que lhe valeu o Prémio Carreira do África Festival na Alemanha.

Em 2018 esteve nomeada para os Grammy Latino com o quinto álbum, “Fitxadu” (2017), no qual aprofundou a relação com a música cabo-verdiana, contando com figuras como Manecas Costa, Nancy Vieira, Toty Sa’Med e Kalaf Epalanga.

Desde 2007 passou por várias cirurgias e teve de interromper a sua carreira, após o lançamento do álbum “Xinti”, de 2009. Passou por exercícios de reabilitação para reaprender a andar e a cantar. Seu último álbum, “Fitxadu”, saiu em 2017. Em Setembro do ano passado lançou um “single” com a canção “Kurtidu”, como despedida de seus fãs, após 30 anos de carreira.

Leia mais…