Segunda-feira, 23 Dezembro, 2024
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Sabedorias ancestrais em exposição

Por Jornal Notícias
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A EXPOSIÇÃO multimédia “Inter-diáspora” é uma celebração de histórias e sabedorias transmitidas pelos mais velhos, destacando a importância da ancestralidade na construção da identidade cultural e espiritual dos países africanos e o Brasil.

Patente no Instituto Guimarães Rosa (IGR), cidade de Maputo, apresenta trabalhos que celebram a cultura africana e afro-descendente, expressando traços similares entre as comunidades do Brasil e do continente africano.

Estando na cidade de Maputo, permite uma reflexão directa sobre as relações históricas e culturais entre Moçambique e Brasil, onde se observam elementos como rituais tradicionais, língua e património.

Na exposição integram-se três colecções: a primeira intitula-se “Bicho que Assopra”, que representa danças, músicas, ritos e tradições desenvolvidas por culturas afro-latinas; a segunda, “Foto-diáspora”, é um acervo de imagens que expressam as relações entre o povo negro da Bahia, Estado de Salvador e África.

A terceira, como o título “Sopro Ancestral”, destaca o entendimento mútuo, respeito e cooperação entre as comunidades de Maputo e do Bahia, além de inspirar reflexões sobre a riqueza e diversidade das nossas tradições ancestrais.

“Inter-diáspora” foi constituído por uma comissão de artistas plásticos da Bahia, nomeadamente, Amanda Tropicana, Bruna Barros, Bruna Castro, Cátia Janaína Silva, Filipe Oliveira, Maria Clara Medeiros, Paulo Pitta e Raimundo Cavalhier.

A iniciativa é parte das celebrações da efeméride brasileira Consciência Negra que se assinala a 20 de Novembro. As comemorações servem para reforçar a importância da identidade negra no mundo.

A escolha da data homenageia Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, que simboliza a resistência e a luta pela liberdade dos negros escravizados.

Este dia é marcado por diversas actividades culturais, educacionais e sociais, que visam valorizar a contribuição dos afro-descendentes para a sociedade brasileira e organizam-se réplicas nos países lusófonos que compartilham do mesmo passado histórico.

É um momento de consciencialização sobre as injustiças enfrentadas por esta população oriunda de África e de celebração da sua rica herança cultural, através da arte, debates, oficinas e outras actividades.

Justifica-se também pelo facto de o Brasil ser o país que detém a maior população negra fora de África e o legado da escravidão ainda se reflecte em profundas desigualdades sociais e económicas, e o racismo persiste de forma velada em diversas esferas da sociedade.

Há décadas o mês de Novembro tem-se tornado referência para actividades que inspiram a luta e resistência do povo que têm sido os sujeitos do enfrentamento ao racismo articulado nas diversas esferas da sociedade.

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