Região reforça combate ao tráfico de recursos florestais

PAÍSES da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) que partilham fronteiras terrestres com Moçambique querem erradicar a exploração e exportação ilegal de produtos florestais madeireiros e não madeireiros na região.

Para o efeito, equipas técnicas de Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e Moçambique estiveram reunidas na cidade de Tete para delinear estratégias com vista a melhorar a articulação, coordenação e colaboração entre as instituições envolvidas na fiscalização florestal e no combate a crimes associados à exportação ilegal de produtos florestais.

“Numa altura em que Moçambique está a registar um aumento significativo do tráfico de carvão vegetal para Malawi e África do Sul, é muito importante a união de esforços entre os governos para estancar práticas nocivas à conservação da biodiversidade”, disse o porta-voz do encontro e chefe de Fiscalização na Agência Nacional para Controlo da Qualidade Ambiental (AQUA), Arsénio Chilengue.

Nos últimos dois anos acções desencadeadas pela fiscalização do sector no país resultaram na apreensão de 10 camiões carregados de produtos florestais e na aplicação de 13 multas avaliadas em cerca de 13 milhões de meticais.

Dados do sector da Terra e Ambiente indicam que nos últimos cinco anos foram apreendidos mais de 31 mil metros cúbicos de madeira em toros e serrada de diversas espécies nativas, incluindo lenha e materiais de construção.

De igual modo foram recuperados 69 contentores de madeira, de um lote de 76 que haviam sido exportados ilegalmente a partir do Porto de Pemba, na província de Cabo Delgado, com destino à China.

Entretanto, como forma de incentivar a participação das comunidades locais na gestão e conservação do património natural existente no país, foram canalizados 122 milhões de meticais às comunidades locais, referentes aos 20 por cento das taxas cobradas na exploração florestal e fauna bravia.