Quinta-feira, 12 Dezembro, 2024
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MANIFESTAÇÕES PÓS-ELEITORAIS: Queda de receitas pode afectar salários no Estado

Por Jornal Notícias
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Pilatos Pires

O PAGAMENTO de salários aos funcionários e agentes do Estado poderá estar comprometido devido a dificuldades na arrecadação de receitas, ocasionadas pelas manifestações violentas que têm vindo a semear luto, destruir bens e a impedir as pessoas de trabalhar.

De acordo com o Presidente da República, Filipe Nyusi, que falava ontem em Maputo com reitores e directores de instituições de ensino público e privado, a cobrança de impostos, taxas, contribuições e outras prestações pecuniárias está abaixo do previsto, tendo se fixado até Novembro em 80 por cento.

“Normalmente neste período do ano conseguimos arrecadar muito mais receita, acima dos 100 por cento. Por isso o cenário actual preocupa-nos, porque podemos não conseguir pagar salários devido aos prejuízos económicos e sociais que se registam decorrente das manifestações”, afirmou o Presidente.

Referiu que o país não vive de orçamentos doados há dez anos, razão pela qual os moçambicanos devem esforçar-se mais e continuar a sobreviver através do seu trabalho.

“Já mostrámos que conseguimos viver por nossa conta e acho que podemos fazer mais se adoptarmos mais medidas de contenção, como a redução de regalias, corrupção, entre outras. Para isso devemos desbloquear a economia para a captação de recursos financeiros”, frisou.

Nyusi defende que o facto das manifestações violentas paralisarem as fronteiras, sobretudo Ressano Garcia, provoca a escassez de produtos, impede a produção e condiciona o transporte, o que trará consequências negativas para a população e para a recuperação económica.

“Sem receitas nenhum governo poderá pagar salários. Estávamos a fazer um mapeamento com o ministro da Economia e Finanças para o pagamento das horas extras dos professores, médicos e outras áreas e tudo indicava que íamos conseguir, mas os custos das manifestações e do combate ao terrorismo nos tiram a capacidade financeira de fazer face a muitas frentes ao mesmo tempo”, explicou.

Pediu solidariedade nacional e internacional para que o país saia da actual situação e continue a servir de modelo como nação pacífica e tolerante.

A propósito, Nyusi apelou aos gestores a contribuírem com o seu pensar de modo a se ter mais ideias sobre como sair deste problema.

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