Quinta-feira, 12 Dezembro, 2024
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Empresas em dificuldades de pagamento de salários

Por Jornal Notícias
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PELO menos 58 empresas ligadas ao sector da construção não conseguiram pagar salários correspondentes a Novembro aos seus colaboradores e correm risco de enfrentar as mesmas dificuldades no corrente mês de Dezembro, em consequência das manifestações pós-eleitorais em muitos pontos do país, com destaque para a província e cidade de Maputo.

De igual modo, há grandes empresas filiadas à Federação Moçambicana dos Empreiteiros (FME) que estão a encerrar por falta de condições de continuar a operar, segundo Bento Machaila, presidente da agremiação.

 “As empresas têm dificuldades de facturar porque não conseguem trabalhar, sobretudo as que executam obras na via pública. Temos situações de empresas que funcionam a 30 por cento da sua capacidade”, lamentou o dirigente daquela agremiação, recentemente, em conferência de imprensa.

Explicou que pela natureza dos contratos, as empresas de construção operam num modelo em que os desembolsos dos fundos são feitos mensalmente em função da facturação correspondente ao trabalho realizado. Assim, devido às restrições da circulação de pessoas e bens os empreiteiros têm dificuldades para honrar os seus compromissos com os trabalhadores.

Neste sentido, Bento Machaila afirmou que com a convocação de outro ciclo de manifestações agora em curso e por mais sete dias “as empresas seguramente não vão conseguir pagar o salário de Dezembro aos seus trabalhadores”.

O dirigente da FME referiu que as manifestações estão a afectar em grande medida as empresas que operam na Região Metropolitana do Grande Maputo, sobretudo as ligadas à manutenção de estradas, uma vez coincidir com o epicentro das marchas.

A título de exemplo, a empresa que está a reabilitar a Avenida Julius Nyerere teve de interromper a actividade e remover o equipamento do seu estaleiro junto à Praça da Juventude (Magoanine), na cidade de Maputo, por recear que o mesmo possa ser sabotado pelos manifestantes.

Recentemente a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) partilhou os resultados preliminares do impacto negativo das manifestações para o sector privado, destacado que pelo menos 151 unidades empresariais foram directamente afectadas em todo país, o que resultou num prejuízo financeiro de 45,5 milhões de dólares.

Na mesma ocasião, a CTA detalhou que do total anteriormente anunciado 11 unidades encerraram temporariamente as actividades, colocando em risco o emprego de mais de 1200 cidadãos.

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