Chade exige retirada total de tropas francesas

A FRANÇA recebeu um comunicado das autoridades a exigir a retirada total de todo o pessoal da sua base em Ndjamena, até 31 deste mês, informou no domingo o site Africa News, citando fontes da presidência chadiana.

A medida que apanhou os franceses de surpresa, numa altura em que se preparavam para uma retirada gradual, constitui um revés para a diplomacia francesa, dias depois da visita do ministro dos Negócios Estrangeiros à antiga colónia.

Paris planeava começar a repatriar os seus soldados a partir de hoje, embora fontes informaram que estavam em curso negociações para uma retirada gradual, que terminaria em Março de 2025.Agora, Paris teve de acelerar as coisas, enviando os primeiros 120 homens de volta à França, na sexta-feira.

Em Outubro, 40 soldados chadianos foram mortos num ataque de radicais islâmicos do Boko Haram, num posto militar na região do Lago Chade, zona fronteiriça com a Nigéria. O governo acusou a França, em particular, de se recusar a fornecer informações e assistência após o ataque violento. A falta de ajuda de Paris não foi bem recebida por Ndjamena, que exigiu a retirada dos soldados franceses do Chade.

Em Novembro, Chade anunciou sua decisão de romper o acordo de cooperação de defesa com a França. A medida foi divulgada num comunicado emitido pelo Ministério das Relações Exteriores do país.O ministério destacou que a decisão foi tomada após “uma análise profunda” e classificou o momento como “um marco histórico” para o país.

As autoridades do Chade basearam sua decisão no desejo de afirmar “sua total soberania e redefinir suas parcerias estratégicas de acordo com as prioridades nacionais”. Entretanto, o fim do acordo militar levanta questões sobre a quem Ndjamena poderá recorrer a seguir e o que isso significa para a região.

O Chade foi o último reduto da influência francesa na região do Sahel, na África Ocidental.