MANIFESTAÇÕES PÓS-VALIDAÇÃO DAS ELEIÇÕES: Entre a destruição e o caos

ALGUMAS cidades do país vivem entre o caos e destruições: vandalizações e saque a estabelecimentos comerciais, instituições bancárias, bombas de combustível e central de abastecimento do Ministério da Saúde caracterizam o cenário em vários pontos do território nacional.

Assiste-se, ainda, ao bloqueio, total e parcial, de muitas vias impedindo a circulação normal de pessoas e bens, incluindo viaturas de emergência como ambulâncias, de Polícia e bombeiros. Devido à situação, as unidades sanitárias, com destaque para o Hospital Central do Maputo, estão superlotadas de doentes, pois os que já tiveram alta sequer conseguem transporte para regressar às suas residências.

Vários são os pacientes sofrendo de enfermidades graves que estão nas suas casas porque enfrentam dificuldades para acederem aos hospitais, facto que complica sobremaneira o seu estado de saúde. Numa ronda efectuada pelo “Notícias” às cidades de Maputo e Matola, por exemplo, constou-se que quase tudo está aos escombros devido às acções violentas de alguns manifestantes. A vida parou. Apenas adolescentes e jovens, na sua maioria embriagados, circulam livremente nas vias. Aliás, são os actuais “donos”das estradas que, inclusive, questionam a actuação ou a presença dos agentes da Lei e Ordem.

Pneus queimados, lixo, garrafas, pedras, troncos, paus, entre outros estão espalhados em várias estradas, dificultando a normal circulação dos poucos veículos que estão nas estradas. As barricadas continuavam, sobretudo, nos bairros suburbanos onde os protestantes teimam em cobrar dinheiro como condição para os automobilistas passarem.

Já nas primeiras horas de ontem, era possível ver centenas de pessoas, umas de viaturas e outros com recipientes, a a correrem às bombas de combustível à procura deste recurso, que revela que as manifestações “surpreenderam” muitos automobilistas que não tinham abastecido. Juntamo-nos aos apelos para o regresso à normalidade.