Domingo, 5 Janeiro, 2025
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EDITORIAL

Por Jornal Notícias
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MOÇAMBIQUE inicia o ano de 2025 num contexto atípico, primeiro devido à expectativa de início, este mês, de mais uma legislatura e ciclo de governação, naquilo que é o culminar das eleições realizadas a 9 de Outubro no país e na diáspora.

Espera-se, portanto, que os deputados eleitos e o próximo Presidente da República iniciem as funções antes do fim da primeira quinzena de Janeiro corrente.

O segundo aspecto que torna 2025 incomum é o nível de destruição e saque de bens públicos e privados na esteira da onda de manifestações pós-eleitorais, o que compromete o funcionamento dos diversos sectores, quer sociais, quer económicos.

A destruição de mais de uma centena de estabelecimentos comerciais e industriais até à última semana de Dezembro não só deixa o Estado desprovido de parte significativa de fontes de receitas, como também atirou, de imediato, mais de 12 mil pessoas ao desemprego.

O terceiro facto é de índole climático. O país está a refazer-se dos impactos nefastos do ciclone Chido, que para além de provocar acima de uma centena de mortes destruiu cerca de 35.000 casas e afectou mais de 90.000 crianças em Cabo Delgado.

Para além disso, pelo menos 186 salas de aula foram completamente destruídas e 20 instalações de saúde foram afectadas.

O ciclone também devastou as províncias de Nampula e Niassa, deixando mais de 25.000 famílias sem electricidade e duas instalações de abastecimento de água danificadas.

As Nações Unidas estimam que cerca de 3.3 milhões de pessoas poderão estar em situação de “crise” ou em níveis mais elevados de insegurança alimentar este ano em Moçambique, devido ao impacto do El Niño.

São, portanto, exemplos que nos indicam que estamos perante um ano atípico nos contextos político e social e com desafios redobrados no campo económico. Significa que alguma estratégia terá de ser concebida e implementada para evitar, por exemplo, a derrapagem do Metical, o que teria o seu impacto nos preços de bens e serviços, num país que importa quase tudo.

Ainda bem que o Plano Económico e Social e Orçamento do Estado para este ano esteja ainda em preparação, o que permite que as intervenções do Governo para este ano tenham em conta todos os cenários presentes no início deste exercício económico, podendo contribuir para a ponderação de todos os elementos necessários para este equilíbrio macro-económico.

Não restam dúvidas que para que estes objectivos sejam alcançados as pessoas precisam voltar a circular livremente, com as instituições públicas e privadas a funcionarem dentro dum clima de paz e harmonia.

Também compreendemos que, para que tal seja possível, o diálogo político em curso precisa rapidamente produzir resultados, para que a segurança de pessoas e bens seja restaurada, permitindo que os homens de negócios encontrem caminho para canalizar os seus investimentos.

No que ao “Notícias” diz respeito, fica desde já renovado o compromisso de manter ou elevar os padrões de qualidade da informação prestada ao leitor, longe da especulação, sensacionalismo ou difamação.

Um 2025 Próspero Para Todos! 

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