NA TRANSIÇÃO DE ANO: Banhistas deixam ambiente deplorável na “Costa do Sol”

A PRAIA da Costa do Sol, na cidade de Maputo, esteve na manhã de ontem numa situação deplorável, devido ao lixo deixado pelos banhistas no contexto das celebrações da transição do ano. 

Garrafas de bebidas alcoólicas, embalagens plásticas, restos de comida, latas de refrigerantes, pratos descartáveis e peças de roupas são exemplos de resíduos descartados nas dunas, passeios e até na estrada.

Tradicionalmente, por estas alturas do ano, várias famílias escolhem as praias para celebrar o Natal e o final do ano, só que desta vez o número de banhistas aumentou, devido ao calor intenso que se fez sentir. 

Na manhã de ontem, alguns voluntários, membros de organizações ambientalistas e autoridades governamentais juntaram-se para jornadas de limpeza.

Maria Uamusse, directora da Divisão Preservação e Combate à Poluição no Ambiente Marinho no Instituto Nacional do Mar (INAMAR), descreveu como crítica a situação encontrada na praia da Costa do Sol e denuncia o baixo nível de consciência ambiental dos cidadãos. 

Acrescentou que as garrafas de vidro, que continham bebidas alcoólicas, são o resíduo mais recolhido, sendo que algumas já estavam partidas e espalhadas nas dunas e passeios, colocando em risco a vida dos próprios utentes.

Acrescentou que a sua instituição activou na quadra festiva o Plano de Contingência com o objectivo de salvaguardar a vida dos banhistas e melhorar a consciencialização sobre a gestão dos resíduos sólidos.

“Apesar das campanhas de sensibilização que temos feito, o cenário de lixo na praia tende a se repetir e com maior intensidade. Neste contexto, temos investido na consciencialização das crianças nas escolas, com vista a ensiná-las desde, tenra idade, a preservar o meio ambiente”, sublinhou.

Sheila Nhancale, educadora ambiental na Cooperativa de Educação Ambiental Repensar, disse que a sua organização realiza regularmente jornadas de limpeza na praia da Costa do Sol, mas classificou de caótico o estado deixado pelos utentes após a festa da transição do ano.

Apontou que os cidadãos gostam de festejar nas praias, mas não têm consciência dos cuidados a tomar com vista a manter o local limpo e livre dos perigos para eles próprios, os animais marinhos e o país no geral, pois a má postura deixa uma imagem negativa de Moçambique.

“O banhista deve ser responsável pelo lixo produzido neste local. Na ausência do contentor ou em caso de estar abarrotado, podem ser adoptadas medidas simples como recolha num saco, visando descartar o lixo em locais adequados. A força que temos em carregar uma caixa de bebida ou refrigerante para praia, deve ser a mesma no regresso, para carregar os recipientes já sem conteúdo”, sublinhou.

O cenário de descarte inadequado de resíduos foi também verificado na praia da Macaneta, província de Maputo, onde também vários voluntários juntaram-se para a remoção do lixo. Os artigos reaproveitáveis serão encaminhados aos projectos de reciclagem.

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