Quarta-feira, 8 Janeiro, 2025
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Suicídios por enforcamento assumem contornos alarmantes

Por Jornal Notícias
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CRESPO CUAMBA

A PROVÍNCIA de Inhambane regista, nos últimos tempos, uma onda de suicídios por enforcamento envolvendo jovens, adolescentes, adultos, funcionários públicos,  pessoas com formação superior, entre outros grupos sociais.

O “Notícias” apurou que, nos últimos quatro anos, foram registados pelo menos 169 suicídios por enforcamento, sendo 79 em 2022 e 90 no ano passado.

Estes dados podem não corresponder à realidade, porque semanalmente há relatos de pessoas que se enforcaram ou se envenenaram e estes casos podem não ter sido reportados ao sector da Saúde, SERNIC e Polícia da República de Moçambique (PRM).

Segundo o chefe das Relações Públicas, Comunicação e Imagem no Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), em Inhambane, Alceres Cuamba, o fenómeno é preocupante, pois são vidas que se perdem em situações que se podiam evitar.

Algumas pessoas suicidam-se depois de terem assassinado a alguém ou terem cometido outro tipo legal de crime.

O caso mais recente ocorreu na cidade de Vilankulo, em que um cidadão, acusado de assassinar três pessoas da mesma família, após atear fogo contra a residência onde vivia a sua ex-parceira e mais duas irmãs, ingeriu uma substância venenosa.

Maxixe, Massinga, Vilankulo e Zavala são tidos como os distritos mais críticos com 28, 21, 20 e 19 casos de suicídio, respectivamente.

Jogos de azar e casos passionais

JOGOS de fortuna ou azar, questões passionais e desemprego são as principais causas de suicídio.

Relativamente ao género, os homens, movidos por ciúmes, são os que mais se suicidam. Em alguns casos deixam cartas onde explicam as razões que os  levaram a se suicidar.

Segundo o responsável de Relações Públicas, Comunicação e Imagem no SERNIC estes números foram registados pela sua instituição e podem não ser reais, tendo em conta a realidade que se vive nas comunidades. Ademais, o SERNIC só pode determinar se houve suicídio por enforcamento ou por outras vias depois de fazer um trabalho de investigação, havendo até casos em que depois se conclui que não podem ser assumidos como suicídio. Para minimizar esta onda de mortes, decorrem no SERNIC  acções de capacitação visando sensibilizar as pessoas a valorizarem a vida.

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