Quinta-feira, 16 Janeiro, 2025
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“Chapeiros” especulam na tarifa do transporte

Por Jornal Notícias
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OPERADORES dos transportes semi-colectivos de passageiros (“chapeiros”) da área metropolitana do Grande Maputo especulam o preço das viagens e encurtam rotas, alegando que ocorrem  manifestações violentas em todo o país.

Nos terminais de Zimpeto, Magoanine, Praça dos Combatentes, Baixa e Museu, por exemplo, verifica-se, nos últimos dias, um elevado número de passageiros à espera de transporte, enquanto os poucos veículos em circulação cobram muito acima do estipulado por lei.

“Para chegar à baixa da cidade gastei mais de 100 meticais, quando normalmente pago menos de 50. Não há ‘chapas’ e os preços estão altíssimos”, disse Rute Nhamtumbo, residente no Zimpeto.

Na Praça dos Combatentes, Edson da Rosa, morador da Polana-Caniço, explicou que os transportes só operavam até à Praça da Organização da Mulher Moçambicana (OMM), cobrando 15 meticais. Para seguir viagem e chegar ao destino voltam a cobrar igual valor.

 Situação semelhante foi registada na Matola, concretamente na paragem “Casa Branca”, no bairro Trevo, onde os transportadores encurtaram trajectos e aumentaram os preços.

“Os ‘chapas’ estão também a cobrar 50 meticais de João Mateus até a Baixa ou Museu, e os carros particulares pedem 100. Quem não tem como pagar é forçado a ir a pé”, lamentou Belarmina Zitha, que aguardava por transporte na “Casa Branca”. 

Muitos cidadãos sem condições para arcar com os custos inflacionados optam por caminhar longas distâncias e outros decidem cancelar as suas deslocações.

“Sem ‘chapas’ disponíveis e com estes preços abusivos, a única solução é caminhar ou regressar para casa. Não há alternativa”, acrescentou Zitha.

Sem conceder entrevista, os transportadores justificaram as alterações nas rotas e os preços elevados como resultado directo das manifestações e bloqueios nas vias.

“Estamos a evitar as áreas de risco, onde os veículos podem ser vandalizados. É uma questão de segurança, mas os preços oficiais não mudaram. A situação é que nos obriga a estas medidas”, justificou um motorista em anonimato.

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