EDITORIAL

A semana prestes a terminar foi politicamente intensa. Começou, na segunda-feira, com a posse dos deputados, culminando, quarta-feira, com a investidura do quinto Presidente da República, Daniel Chapo, saído das eleições de 9 de Outubro de 2024. A maratona fecha a 20 de Janeiro, data do início de funções dos membros das assembleias provinciais.

Com um novo Governo e Assembleia da República revigorada, os moçambicanos têm oportunidade para recomeçar, corrigindo os erros e, naturalmente, consolidando as conquistas.

Se estamos certos de que prosseguimos um objectivo comum, nomeadamente a estabilização do país, pressuposto incontornável para continuarmos a luta pelo desenvolvimento, então, precisamos de estar unidos onde cada moçambicano faz bem a sua parte.

Aliás, foi esta a tónica do discurso inaugural de Daniel Chapo, ao convidar a todos a olharem para o futuro, certos de que o sucesso da empreitada de desenvolvimento resultará da conjugação de esforços.

De igual modo, foram assertivas, quanto a nós, as palavras do novo Chefe do Estado ao referir que o futuro de Moçambique está nas mãos dos moçambicanos, desde que estejam unidos e determinados, uma vez que “não será uma jornada fácil”.

Em vários círculos de opinião, este discurso é visto como sendo restaurador de esperanças, alento transmitido sobretudo pelo anúncio da vontade de contenção da despesa pública, assente num Governo com menos ministérios e sem vice-ministros e eliminação de secretarias de Estado equiparadas a ministérios. 

A intenção foi exteriorizada e acolhida com entusiasmo. Entretanto, a expectativa está agora na execução e, sobretudo, na utilização do dinheiro poupado para a satisfação das necessidades prementes da população.

Concordamos com o Presidente quanto à necessidade de coragem e ambição colectiva na implementação das medidas anunciadas que, a nosso ver, concorrem para a construção da felicidade e do bem-estar. Mas terá de ser suficientemente corajoso para contrariar a resistência à mudança.

Em face das manifestações violentas que causam mortes, feridos e destruição de bens, é sublime o convite do Chefe do Estado aos actores políticos para o diálogo e restabelecimento da estabilidade. Neste sentido, os líderes políticos devem compreender a importância da sua participação neste processo que visa restaurar a paz e confiança.

Estamos cientes de que as pessoas não são obrigadas a pensar da mesma maneira, mas é chegado o momento de acabar com a violência que, para além de danos que causa internamente, belisca a confiança dos investidores. Ninguém põe o seu dinheiro em zonas de risco, para além de que qualquer agenda de desenvolvimento só pode ser cumprida em ambiente de paz.

Esperamos um Governo que trabalhe na protecção dos interesses individuais e colectivos, garantindo a liberdade, segurança e todos os direitos fundamentais dos cidadãos.

Concordamos ainda que o lugar de Moçambique no concerto das nações volta a ser sublinhado com o compromisso expresso pelo Chefe do Estado de fazer mais amigos e respeitar os acordos internacionais celebrados, as Nações Unidas e instituições financeiras.

Moçambique pode ser melhor para todos, desde que todos nos empenhemos para esse fim.

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