Sexta-feira, 17 Janeiro, 2025
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Quando a internet é útil para empreender

Por Jornal Notícias
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A INTERNET tornou-se numa ferramenta indispensável para os negócios de jovens em Moçambique, acompanhando a uma tendência global que alia práticas tradicionais de comércio a soluções modernas disponibilizadas pela internet.

Erica Jeny Sabino, uma jovem da cidade de Maputo, partilha desta visão e desenvolve o seu negócio baseado na importação de roupas femininas, gerindo uma cadeia que abrange desde a aquisição no estrangeiro até à exposição e venda dos produtos.

Com apenas 27 anos, Erica sustenta a loja “Mania de Moda”, situada na cidade de Maputo. O seu empreendimento assenta numa estratégia integrada que combina importação, venda directa e serviços adicionais, proporcionando uma experiência cativante para os seus clientes.

O percurso empreendedor começou ainda durante os estudos, quando decidiu vender roupas por encomenda. Contudo, as dificuldades em encontrar emprego após a conclusão da formação académica motivaram-na a enveredar pelo empreendedorismo de forma mais energética.

 “Comecei a fazer entregas ao domicílio porque percebi que as encomendas, por si só, não geravam os resultados esperados. As pessoas preferiam pagar e receber os produtos de imediato. Isso foi um ponto de viragem”, explicou.

Com o aumento das vendas Erica conseguiu reunir os recursos necessários para alugar um espaço e abrir a sua loja física em 2021.

O marco consolidou o negócio como também permitiu a ampliação da oferta, com o reforço do stock e a introdução de um serviço que se mostravam oportuno tirar proveito, tornando o espaço mais atractivo para a sua clientela, dominada por mulheres.

RESILIÊNCIA FACE A RECORRENTES DESAFIOS

A PANDEMIA da Covid-19 constituiu o catalisador para a entrada de Érica no mercado de importações. Durante o período de restrições, a empresária dedicou-se à pesquisa de plataformas e aplicações, tendo identificado meios acessíveis para importar produtos como fatos de banho e blusas bodies.

Contudo, rapidamente percebeu que havia uma procura mais significativa por vestuário destinado a eventos, especialmente aos fins-de-semana, devido à cultura de festas e encontros sociais predominante nas cidades de Maputo e Matola.

Tal constatação levou-a a ajustar a sua estratégia de negócio, concentrando-se nesse segmento de mercado. No entanto, como ela mesma afirmou, este tipo de negocio a retalho não sobrevive com uma única linha de vendas, por isso a importância dar sempre um acompanhamento de produtos e serviços complementares.

Apesar do seu negocio ter nascido numa época desafiantes, imposta inicialmente pelas restrições sanitárias e, mais recentemente, pelas manifestações pós-eleitorais que têm afectado o fluxo comercial, a pequena empresária diz-se resiliente e confiante no futuro.

“Fechar não é solução. Estamos a passar por um período difícil, mas acreditamos que grandes resultados surgirão no futuro. Cabe-nos intensificar a inovação para responder a todos os nichos de clientes”, afirmou.

Actualmente, Érica encontra-se a estruturar o seu negócio para oferecer um serviço de e-commerce mais completo. Entre os planos está a criação de plataformas que permitam aos clientes encomendar e pagar online de forma cómoda e segura.

Para além disso, acrescentou, pretende expandir o alcance das suas entregas, incluindo a cobertura de países vizinhos, com destaque para a África do Sul, que considera ser um mercado ainda por explorar, tendo em conta os pedidos que recebe mas sem satisfazer.

Reconhece, contudo, que a falta de facilidades para pequenas importações no país constitui uma das principais barreiras enfrentadas.  Contudo, reitera que apesar das dificuldades, o seu negócio tem retorno mas pode ser ainda melhor com um ambiente mais favorável para empreendedores.

AUTO-FORMAÇÃO COMO PILAR PARA EMPREENDER

Érica sublinha que investir em capacitações foi fundamental para diversificar as áreas de actuação da sua loja, como, por exemplo, a introdução de serviços de manicure, e para dominar processos de importação, especialmente através do uso da internet.

“Foi desafiador, mas percebi que aprender e adaptar-me eram as chaves para crescer. Estudei plataformas e identifiquei formas mais eficientes de importar produtos que correspondem às necessidades do meu público”, explicou.

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