Sexta-feira, 17 Janeiro, 2025
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TERRORISMO EM CABO DELGADO: Vítimas relatam histórias de superação e resiliência

Por Jornal Notícias
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FARCELINA CUMBE

DESESPERO, abalo e fuga sem rumo têm estado a marcar a vida de milhares de agregados familiares, deslocadas devido às incursões terroristas em Cabo Delgado.

Com os primeiros incidentes a serem registados em 2017, a instabilidade no norte do país agravou a vulnerabilidade das famílias, muitas das quais tiveram de abandonar o pouco que haviam conquistado, incluindo habitações, machambas e gado.

Perderam tudo, alguns até a própria vida, outros foram separados dos pais, filhos, cônjuges e outros parentes e sequer guardam a esperança de voltarem a ter uma vida normal.

Os actos terroristas, consubstanciados em assassinatos, extorsão, raptos, exploração e escravização, pilhagem de bens, paralisação de actividades comerciais, incêndios de habitações e infra-estruturas públicas, fizeram mais de cinco mil mortos e acima de um milhão de deslocados.

Nas zonas de reassentamento, as mulheres que resistiram à violência guardam memórias dos momentos de desespero e experiências de quase morte, longas distâncias percorridas a pé com carga e bebés ao colo, sem água nem comida.

Apesar de a vida tender à normalidade nas zonas de reassentamento, consideram que jamais será a mesma porque perderam ente-queridos, casas e terra para o cultivo, aliadas às marcas de transtornos psicológicos que não mais se apagarão.

O maior sonho destas sobreviventes da violência extremista é ter casa condigna, um campo de produção agrícola, mas, acima de tudo, a paz que reinava até 2017, quando os terroristas perpetraram os primeiros ataques.

Foto: Arquivo

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