Domingo, 23 Fevereiro, 2025
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PELO HIV: Índice de novas infecções persistentemente elevado

Por Jornal Notícias
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AS autoridades sanitárias manifestaram a preocupação com o elevado número de novas infecções pelo HIV no país, apesar dos esforços desenvolvidos nos últimos cinco para reduzir a cifra para menos de 30 por cento.

“O sector precisa de identificar as pessoas vivendo com o HIV e submeter esses indivíduos aos cuidados e tratamento para reduzir o número de mortes pela doença”, disse o director-executivo do Conselho Nacional de Combate ao SIDA (CNCS), Francisco Mbofana, em entrevista, há dias, à Rádio Moçambique.

Mbofana considera que a redução de infecções também ajudará a diminuir o número de mortes, “porque se tivermos mais pessoas em tratamento e a alcançarem a supressão viral, elas perdem o risco de passarem a doença para os outros”.

Para o efeito, o CNCS tem vindo a implementar acções de intervenção social e operacional, inseridas no Plano Estratégico 2021-2025, para a redução de novas infecções, em colaboração com a sociedade civil e o sector privado.

Mbofana referiu que, nos últimos cinco anos, a redução de novas infecções deve-se à intervenção social, disseminação de informações sobre as formas de transmissão e prevenção do HIV, bem como acções para combater o estigma e a discriminação.

“Estas intervenções contribuíram para a criação de um ambiente favorável, porque o estigma e a discriminação impedem as pessoas de usarem os serviços de prevenção disponíveis”, frisou.

Relativamente ao número de mortes relacionadas ao HIV/SIDA, Mbofana defende a necessidade de maior adesão e retenção no tratamento.

“Em 2024 registou-se uma redução de 20 por cento, considerada maior quando comparada com 10 por cento de 2023, cerca de 44 mil mortes, sendo que para 2024 a projecção era de 39 mil mortes”, disse.

Esta redução, ainda que tenha sido elevada, é considerada menor diante das facilidades disponíveis nas unidades sanitárias para testagem e tratamento da doença.

“O facto de o HIV/SIDA ser hoje de fácil diagnóstico, bem como o seu tratamento, simples e com poucos efeitos colaterais, significa que as mortes relacionadas à doença deviam ser uma raridade, porque o tratamento ajuda as pessoas infectadas a viverem mais tempo”, acrescentou.

A fonte acredita na redução de mortes relacionadas ao HIV/SIDA, mediante o tratamento contínuo e recomendado pelo Ministério da Saúde (MISAU), ainda que persistam desafios devido ao estigma e discriminação, principais barreiras para que os doentes não acedam ao teste ou permaneçam em tratamento.

“Em 2023 foram registadas 81 mil novas infecções. Infelizmente continuamos a assinalar números muito elevados”, disse.

Importa lembrar que, em 2010, os índices globais de transmissão giravam em torno de 42 por cento, sendo que a meta era a redução para menos de cinco por cento e o país conseguiu reduzir em nove por cento.

Igualmente, o CNCS está preocupado com o reforço das medidas de transmissão vertical de mãe para filho centradas nas raparigas dos 15 a 24 anos.

Defendeu o maior empoderamento da mulher, jovem e rapariga para que alcancem a igualdade e possam estar em melhores condições de discutir a relação, sem as imposições que têm estado a concorrer para as novas infecções por HIV/SIDA. (AIM)

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