Sexta-feira, 24 Janeiro, 2025
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Como lidar com a perda de um ente querido? (1)

Por Jornal Notícias
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EMÍLIA JOSSEFA

SINTAM-SE cumprimentados: Desejo a todos boas entradas e um maravilhoso 2025. Desta vez, trago um tema bastante sensível, mas que é importante falarmos dele, até porque aprendi que quando falamos do que sentimos, o nosso astral melhora.

O dia-a-dia após a perda de um ente querido é muito difícil, torna-se ainda mais doloroso quando se trata de alguém com a qual tínhamos uma ligação forte. Quando perdemos alguém que amamos muito, ficamos emocionalmente destroçados e, por consequência, nosso corpo também fica afectado e adoece.

Falar sobre essa perda é muito bom, pois funciona como uma ferramenta de cura, desabafar sobre como nos sentimos em relação a isso ameniza a dor dentro de nós, é como se estivéssemos a reduzir o peso do fardo que essa tristeza nos trouxe.

Nem todas as pessoas possuem o equilíbrio emocional capaz de aguentar o luto, cada pessoa lida com ele do seu jeito. Entendo que ninguém é obrigado a chorar mais que os outros ou a gritar porque sente dor, assim como ninguém deveria ser obrigado a usar roupa preta quando alguém da família morre. Respeito a cultura de cada um mas, para mim, o luto é algo extremamente individual e ele nunca foi para provar algo aos outros.

Quando perdemos um amigo ou familiar, percebo que uma parte de nós vai com ele, ficamos tristes, sem chão, desolados e por vezes inconsoláveis. Lidar com isso é complicado, mas não é impossível, muitas vezes achamos que algumas pessoas choram para chamar atenção até passarmos pela mesma situação e percebermos que não é sobre isso.

A dor da perda é tão dolorosa que parece não ter fim, eu costumo sempre dizer: A vida de quem fica tem de continuar. Somos apenas humanos, nascemos, crescemos e um dia iremos partir, estamos todos de passagem neste mundo e temos de nos conformar com isso.

A morte nunca é um acontecimento bom, a gente fica sensibilizado mesmo quando ela acontece em casa de pessoas que não nos são íntimas. A gente nunca está pronto para receber essa notícia, mesmo que a pessoa esteja muito doente, acamada, e sem forças, nós sempre temos a esperança de que ela vai melhorar e levantar.

Chorar traz alívio sim, mas não podemos chorar para sempre, a saudade dói muito, sempre temos a impressão de que a pessoa que partiu irá voltar ou irá aparecer, ou ainda nos telefonar, o nosso apego a ela cria essa ilusão na cabeça.

É difícil aceitar que ela foi-se de vez, apenas estará viva em nossas lembranças, e acredito que a alma de uma pessoa nunca morre, apenas o seu corpo pára de funcionar e desencarna. Existe um remédio santo que traz cura até para as feridas mais duras: O tempo. É preciso confiar nele, respirar fundo, levantar a cabeça e continuar vivendo, não podemos nos entregar à tristeza, ainda que tenhamos muita vontade de fazê-lo.

O tempo vai ajudar a preencher aquele vazio que fica no nosso coração quando ficamos sem aquela pessoa querida que faleceu. O tempo traz cura e devemos nos apegar apenas às lembranças boas que temos sobre quem partiu; nos apegar a quem ela era e o que nos deu em vida. Desse jeito estaremos a eternizá-la na nossa vida.

No dia da morte do nosso ente querido iremos chorar. É difícil segurar o que sentimos e, muitas vezes, a nossa tristeza transborda nos olhos. E mais do que isso, choramos essa perda por toda vida, mas não em todos momentos nem todos os dias. A saudade vem e vai, um dia ela é mais intensa e outro dia não, é assim que funciona, por isso, é muito importante não desmoronar e procurarmos ocupar a nossa mente com outras coisas.

Quando não conseguimos fazer isso ou quando não conseguimos ser fortes o suficiente para aguentar esse tombo, é preciso procurar ajuda para cura emocional. Existem pessoas um pouco mais fechadas e que preferem não falar de seus sentimentos para ninguém, essas sofrem mais e isso não é saudável.

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