DestaqueEditorial EDITORIAL Por Jornal Notícias Há 2 meses Criado por Jornal Notícias Há 2 meses 515 Visualizações Compartilhar 0FacebookTwitterPinterestEmail 515 AS cidades de Maputo e Matola voltaram, ontem, a passar dificuldades de ligação rodoviária através da N4, devido a tumultos associados à recusa de alguns automobilistas de pagar as tarifas de portagem. No início desta semana a TRAC, concessionária da via, anunciou que retomaria ontem a cobrança das taxas suspensas há algumas semanas devido à vandalização dos equipamentos durante a violência que se seguiu ao anúncio dos resultados eleitorais. Como mote da agitação, certos automobilistas alegam não fazer sentido que, 23 anos após a concessão, a TRAC continue a cobrar pela utilização da N4 valores que consideram elevados. Outra franja recusa-se a pagar apenas porque alguém disse que não o deviam fazer. Seja como for, ao entrarmos neste debate, não pretendemos questionar a legitimidade das reivindicações dos cidadãos sobre este assunto em particular, porque a manifestação é um direito constitucionalmente consagrado, desde que fruído nos limites da lei. À priori, não nos parece que o problema de fundo seja pagar ou não as taxas de portagem, até porque esta é uma prática mundialmente convencionada como uma das fontes de financiamento das estradas. Quanto a nós, três questões fundamentais devem nortear o debate deste assunto: Primeiro, se as taxas em vigor são compatíveis com o bolso dos utentes; segundo, se o cidadão tem alternativas de mobilidade e, terceiro, o que se faz com a receita da cobrança. Na verdade, em todo o mundo o objectivo fundamental da instalação e operação de praças de portagem é angariar dinheiro para investir na manutenção e desenvolvimento das vias, visando o conforto e segurança dos utentes. Tratando-se de um investimento privado, como é o caso da N4, para além da satisfação do utente, coloca-se também a necessidade de assegurar o retorno do dinheiro aplicado. Significa que a fixação das taxas deve conciliar duas realidades: por um lado, corresponder às expectativas do utente em termos de conforto e segurança e, por outro, à obtenção do lucro pelo investidor. Naturalmente que tudo isto não se deve sobrepor à razoabilidade, justiça e racionalidade. Por outro, a preocupação do utente da N4, no caso, devia ser de saber em que medida a receita das portagens está a ser investida na melhoria da transitabilidade e segurança rodoviária. Ora, olhando para a N4, há muito que se lhe diga: necessidade de ampliação das faixas de rodagem, melhoria da qualidade do piso, iluminação pública, sinalização condizente com as cidades que atravessa, vedação para reduzir o risco de invasão da estrada perigando a vida dos utentes, rapidez de resposta em caso de acidentes e outras facilidades exigíveis por quem paga. Resumidamente, defendemos que se dê dignidade a este debate, para que a preocupação dos cidadãos não seja transformada em arma de arremesso. É justo que o cidadão exija transparência no uso das suas contribuições. E a TRAC deve assumir e respeitar esse direito, mostrando com acções concretas o compromisso e disponibilidade de ser parte da solução. O que não faz sentido é encontrar, neste assunto, motivo para mais violência, destruição e desespero do cidadão. Leia mais… Você pode gostar também Imposição de tarifa ameaça distribuição de água no país SADC preocupada com instabilidade no leste do Congo EDITORIAL Mais de três mil alunos deixam de estudar ao relento na Matola EDITORIAL Compartilhar 0 FacebookTwitterPinterestEmail Artigo anterior Joaquim Sive novo Comandante-Geral da PRM Próxima artigo CÓDIGO DE ESTRADA: Reformas incluem redução dos limites de velocidade Artigos que também podes gostar PERÍODO DE VEDA E DEFESO: Apreendido mais de oito toneladas de pescado Há 1 hora Estuda-se viabilidade do hidrogénio verde Há 4 horas Cinco milhões de dólares para empresas afectadas por ciclones e manifestações Há 16 horas Primeira-Dama anuncia 200 bolsas de estudo para filhos de viúvas Há 23 horas Moçambique reforça sua estratégia de expansão do registo civil Há 1 dia Morreu Nini Satar Há 1 dia