Economia EM CABO DELGADO: Total volta a condicionar retoma do projecto de gás Por Jornal Notícias Há 6 horas Criado por Jornal Notícias Há 6 horas 445 Visualizações Compartilhar 0FacebookTwitterPinterestEmail 445 A MULTINACIONAL petrolífera TotalEnergies adiou novamente a implementação, em Moçambique, do seu projecto de Gás Natural Liquefeito (GNL), orçado em 20 mil milhões de dólares, alegadamente por questões de segurança e incerteza política, devido aos últimos distúrbios pós-eleições. O projecto de GNL, que tem o potencial para transformar a economia nacional, foi lançado em 2020. Na altura, era o maior projecto de investimento directo estrangeiro em África. Infelizmente, a TotalEnergies acabou invocando “força maior”, em 2021, depois de insurgentes islâmicos terem assassinado dezenas de pessoas, incluindo trabalhadores estrangeiros. O ataque ocorreu perto das instalações da empresa, onde estava projectada a construção de uma fábrica para a liquefacção de gás natural na província de Cabo Delgado. Os planos para reiniciar o projecto até ao final de 2024 foram desfeitos, após o surto de violência que se seguiu às disputadas eleições presidenciais de Outubro, pondo em risco a meta de iniciar a produção de gás natural em 2029, disse a TotalEnergies num contacto estabelecido com o Financial Times. Patrick Pouyanné, director executivo da TotalEnergies, disse aos investidores em Nova Iorque, em Outubro, que esperava reiniciar o projecto até ao fim do ano passado, reiterando que a meta é iniciar a produção em 2029. Pouyanné afirmou que se registaram “progressos no terreno” através de uma aliança entre Moçambique e Ruanda, na qual Kigali enviou 4000 soldados para combater uma insurreição que matou pelo menos 3000 pessoas e forçou centenas de milhares a abandonar a região e procurar refúgio em locais mais seguros. Disse também, no dia do investidor da empresa, em Outubro, que tinha planos de se reunir com o novo presidente moçambicano após as eleições, algo que ainda não aconteceu. O Presidente moçambicano recém-empossado, Daniel Chapo, fez da protecção do projecto de gás e da supressão da insurreição um dos eixos da sua campanha eleitoral. “A prioridade é o restabelecimento da paz e da segurança em Cabo Delgado e o levantamento da cláusula força maior”, declarou à TotalEnergies. É necessário que os “serviços públicos” e a “vida normal” sejam retomados para que o projecto possa recomeçar, acrescentou. O ambiente político acabou por se assombrar pelo facto de muitos moçambicanos, particularmente jovens urbanos, estarem convencidos de que as eleições foram manipuladas a favor de Chapo, não obstante o facto de o Conselho Constitucional ter validado e proclamado o candidato presidencial da Frelimo como sendo o verdadeiro vencedor. Os distúrbios que se seguiram provocaram a morte de mais de 350 pessoas, bem como perturbaram o comércio, encerraram as fronteiras terrestres e outras actividades económicas. O projecto enfrenta também possíveis atrasos, devido a incertezas quanto à mobilização de apoio. O financiamento dos EUA, através de um empréstimo de 4,7 mil milhões de dólares, foi congelado após a declaração de força maior, enquanto o Reino Unido terminou desde então o financiamento à exportação de projectos de combustíveis fósseis. O programa na Bacia do Rovuma, no qual a empresa francesa tem uma participação de 26,5%, tem uma capacidade de 13 milhões de toneladas de LNG por ano. Trata-se de uma das maiores fontes de GNL da empresa francesa, num conjunto de projectos que deverão arrancar até 2030, de acordo com uma apresentação feita no dia do investidor da empresa, em Outubro. O grupo está envolvido em projectos de GNL no Qatar, México, EUA, Nigéria e Omã. Cabo Delgado tem uma localização ideal para satisfazer a procura crescente de GNL nos mercados asiáticos “por oposição aos projectos virados para o Atlântico”, afirmou James Waddell, analista da Energy Aspects. “Este projecto continua a ser rentável porque existe uma carteira, em particular, de vendas de GNL, que é bastante atractiva”, disse Pouyanné, em Outubro. (AIM) Leia mais… Você pode gostar também HIDROELÉCTRICO DE MPANDA NKUWA: Parceiro estratégico hoje formalizado Coral Sul já contabiliza 58 carregamentos de gás Sector privado crucial para o desenvolvimento VANDALIZAÇÃO DE ESTABELECIMENTOS: Governo garante apoio para recuperar economia DESTAQUESECONOMIAGNLTotalEnergies Compartilhar 0 FacebookTwitterPinterestEmail Artigo anterior Crenças culturais minam acesso ao aborto seguro Próxima artigo INVASÃO DE TERRAS ALEGADAMENTE OCIOSAS: Uma prática ilegal a “normalizar-se” Artigos que também podes gostar Como implementar o modelo de negócio da Disney na experiência do cliente Há 5 horas Parceiros debatem hipóteses de exportar biocombustíveis Há 6 horas Contratos gerais de seguro excluem as manifestações Há 1 dia Marcelino Alberto passa a dirigir conselho de administração da LAM Há 2 dias Factura de importação de combustíveis dispara Há 2 dias CARGUEIRO DA LAM: Falta de documentação inviabiliza certificação Há 2 dias