Quarta-feira, 29 Janeiro, 2025
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Quinhentos mil postos de trabalho em risco

Por Jornal Notícias
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ELIAS NHACA

Pelo menos 500 mil trabalhadores podem ficar sem emprego devido a vandalizações e saques em empresas durante as manifestações violentas que se registaram entre Outubro e Dezembro do ano passado.

Trata-se de um risco iminente considerando que pelo menos 40 por cento do tecido industrial de Moçambique foram afectados, fragilizando a sustentabilidade e, consequentemente, capacidade de manter os níveis de empregabilidade das empresas.

Esta avaliação foi apresentada ao “Notícias” pelo director-executivo da Confederação das Associações Económicas (CTA), Eduardo Sengo, que reiterou que o nível de sabotagem é de tal forma que muitas empresas estão impossibilitadas de voltar a operar imediatamente.

Referiu que a CTA está a levar a cabo uma avaliação, sendo que os resultados apurados até ao momento não são animadores.

“Nos próximos tempos, haverá escassez de tudo e o desemprego vai aumentar ainda mais. Prevemos que mais de 500 mil pessoas poderão ficar sem postos de trabalho, de forma imediata, o que irá agravar a pobreza e as condições sociais”, elucidou.

Refira-se que a maior parte das empresas cujos trabalhadores poderão ficar sem emprego está localizada na província de Maputo, zona que concentra 40 por cento do tecido industrial do país. É nesta região onde houve grandes estragos.

Na generalidade, este tecido empresarial inclui as indústrias metalúrgica, bebidas, alimentação, minerais, gráficas e têxtil.

Outra questão que concorre para a perda de empregos, de acordo com Eduardo Sengo, está associada ao facto de as empresas cujas instalações foram vandalizadas estarem a ser cautelosas no reinvestimento por temerem novas ondas de saques.

“Para já, o adiamento de diversas conferências de negócios, entre Outubro e Novembro, constitui um sinal claro do congelamento temporário dos investimentos em Moçambique”, exemplificou.

Eduardo Sengo recordou que o impacto das manifestações sobre o tecido empresarial foi devastador desde as primeiras semanas, altura em que 12 mil postos de trabalho foram afectados, para além de ter sido somado um prejuízo de 2,9 mil milhões de meticais, entre finais de Outubro e princípios de Novembro.

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