Segunda-feira, 3 Março, 2025
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REDUÇÃO DA TAXA MIMO: Privados esperavam mais

Por Jornal Notícias
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O SECTOR privado saudou ontem a decisão do Banco de Moçambique de reduzir a taxa de política monetária (taxa MIMO) de 12,75 para 12,25%, o que oferece algum alívio ao mercado e recupera a confiança para os investidores.

Embora tenha reconhecido o esforço do Banco Central, o sector privado considera que esta medida é conservadora, especialmente quando comparada com a postura mais arrojada adoptada aquando do aumento da taxa.

Por outro lado, pediu ao Banco de Moçambique (BdM) para a aplicação de moratórias, sobretudo pelos bancos comerciais na sua relação com os clientes, tendo em conta os impactos das manifestações que afectaram o tecido empresarial.

Este incentivo deveria ser materializado por meio de um alívio temporário das exigências prudenciais, como os limites para a constituição de provisões para imparidades e créditos vencidos.

Segundo Paulo Oliveira, presidente do pelouro de Serviços de Comunicação e Informação da CTA, o BdM deveria ter ido além desta redução, tendo em conta o contexto delicado provocado pelas manifestações.

“O Banco de Moçambique deve sinalizar o incentivo de aplicação de moratórias pelos bancos comerciais aos seus clientes, no contexto das manifestações pós-eleitorais, através de alívio temporário às exigências prudenciais, como os limites para a constituição de provisões para imparidades e créditos vencidos”, afirmou.

De acordo com Oliveira, tal abordagem permitiria as instituições comerciais uma maior flexibilidade para renegociar os termos de pagamento dos créditos com as empresas afectadas, muitas das quais ainda aguardam medidas concretas.

Por sua vez, Eduardo Sengo, director-executivo da CTA, reconheceu que já existem renegociações em curso entre os bancos comerciais e os seus clientes. No entanto, salientou que o processo está a decorrer de forma lenta e insuficiente para responder às necessidades urgentes.

“Entendemos que os rácios prudenciais do Banco de Moçambique poderiam ser aliviados, permitindo assim que os bancos comerciais tivessem maior margem de manobra para negociar com os seus clientes. Isto possibilitaria o alargamento dos prazos de pagamento, a redução das prestações mensais ou, até mesmo, o adiamento das mesmas até que existam condições efectivas para o pagamento”, explicou.

Sengo acrescentou que esta medida contribuiria para evitar o aumento de créditos malparados, mitigando os riscos para o sistema financeiro.

Relativamente às divisas, a CTA apelou ao BdM para que retome, ainda que de forma temporária, a disponibilização de divisas no mercado, sugerindo uma alocação de 50% das facturas de importação de combustíveis.

“Se o pacote de apoio tiver uma linha de financiamento, as empresas precisarão de dinheiro para importar equipamento. Onde vão buscar as dividas? Por tanto, as reservas internacionais podem desempenhar um papel fundamental, apoiando através de intervenções no mercado cambial”, concluiu.

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