Segunda-feira, 3 Fevereiro, 2025
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DESTRUÍDA NAS MANIFESTAÇÕES: Falta de moeda estrangeira afecta retoma da indústria

Por Jornal Notícias
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A PREVALECENTE escassez de moeda estrangeira no mercado, para além de beliscar o curso normal das actividades económicas, poderá comprometer a aquisição de equipamentos e matérias-primas para a reconstrução das indústrias afectadas por saques e vandalizações durante as manifestações pós-eleitorais.

Esta preocupação foi expressa ao “Notícias” pelo director-executivo da Confederação das Associações Económicas (CTA), Eduardo Sengo. “O acesso à moeda estrangeira está em mínimos históricos, o que poderá comprometer a satisfação das necessidades em equipamentos e matérias-primas para a reconstrução do tecido industrial, atrasando a retoma económica”.

A fonte elucidou que de há uns tempos a esta parte, praticamente, Moçambique só está a pagar facturas de combustíveis.Eduardo Sengo referiu que os contactos mantidos com o Banco Central no ano transacto não produziram resultados, pelo que a escassez de divisas mantém-se.

“O Banco de Moçambique prometeu analisar as questões, levando a cabo um estudo. A situação mantém-se. Simplesmente, o Banco de Moçambique isolou-se da economia, deixando-a à deriva”, avançou. A falta de divisas prevalece há sensivelmente dois anos e tem constituído uma das principais preocupações dos empresários.

Até Julho de 2024, o sector privado reportava dificuldades para o pagamento de facturas ou importações na ordem de 400 milhões de dólares norte-americanos. A CTA explica que a situação coloca os empresários numa condição de descrédito, gera falta de “stock”, atrasa o fornecimento de serviços e a expedição de equipamentos. Para o sector privado, o problema foi originado pela retirada da provisão de divisas pelo Banco de Moçambique para o pagamento de importações de combustíveis, o que impulsionou o aumento na demanda por moeda estrangeira para suportar outras importações essenciais, como alimentos e medicamentos.

O problema agravou-se porque se constatou que as permutas inter-bancárias reduziram em 80 por cento, caindo de 37 milhões diários para apenas cinco milhões de dólares, o que significa que o apoio entre os bancos em caso de escassez de moeda estrangeira caiu. Entretanto, sobre esta questão, o Banco de Moçambique sempre insistiu que não constatou situações anómalas no mercado.

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