Terça-feira, 4 Fevereiro, 2025
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CÁ DA TERRA: Resgatar os valores

Por Jornal Notícias
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HOJE calha ser a 4 de Fevereiro, amanhã. Invariavelmente, todos os anos, os alunos regressam às aulas por estas alturas. Com o seu brilho de juventude e traje multicolorido, voltam a dar vida a cidade que rejuvenesce. Timidamente, o comércio fica mais animado com a venda de uniformes, cadernos e livros.

Pelos pátios  e corredores da escola há meninas e meninos que riem, que se abraçam pelo reencontro, saltam e correm. Era de esperar muita alegria neste início do ano mas definitivamente não será assim. Alguns alunos voltam para um cenário pior do que deixaram pois as escolas também não foram poupadas nesta onda de vandalismo que se abateu sobre as cidades e vilas do país.

Por que as escolas? Perguntariam outros. O que fizeram os meninos que por sinal estavam ausentes quando tudo aconteceu? Também faço a mesma pergunta.

Todos nós, de uma ou de outra forma, passamos por aqui à busca do conhecimento. Este é um lugar comum, consensual, digno de respeito, que devia merecer a simpatia de todos, mas não.

As poucas carteiras que existiam foram roubadas. Noutros lugares, as que os “revolucionários” não conseguiram levar consigo então queimaram-nas. Foi arrancado o quadro preto, o departamento pedagógico, o coração da escola, foi reduzido a cinzas. Alguma, mas muita informação desapareceu. É preciso recomeçar tudo de novo.

É preciso também recomeçar a pensar nos valores que a escola deve transmitir às novas gerações. Repensar se o modelo que reproduziu o cenário que vivemos hoje é ou não válido.

No momento quente das manifestações vimos como alguns meninos de idade escolar perfilaram ao lado de “guindzas” para buscar também o seu “Natal”. É isto mesmo que devemos esperar para o nosso futuro?

Hoje não são raras as situações em que o  professor perdeu a autoridade perante os alunos que não veem um sinal de esperança no fim do percurso escolar.

São os mesmos que confundem liberdade com libertinagem, a coberto de alguns pais que, estranhamente, entendem que os filhos só têm direitos e não têm deveres. Este cenário, que já de per si era caótico, pode ter se exacerbado a avaliar pelo espírito que anda aí em que a moda é não respeitar a autoridade instituída.

Aos meninos que amanhã reiniciam as aulas vai um alerta: Nada é como dantes. Os chapeiros já não tem rota fixa e do nada podem não chegar ao destino. Já não estão nas rotas pelo trabalho, já não respeitavam o passageiro, agora esta postura parece ter piorado, porque também já não respeitam as regras, o patrão que lhe paga salário. 

É preciso resgatar os valores. E a escola deve estar na vanguarda deste processo. É preciso reavaliarmos a colaboração entre a escola e a família na função maior de educar no presente, para garantir um futuro harmonioso e civilizado, em que todos tem direitos, mas também deveres.

A escola deve ser sinónimo de mobilidade social e de emprego quase garantido, como prémio de um empenho aturado durante o percurso estudantil.

Há que caminharmos com o Norte, para um futuro motivador.

Desejamos que este número avantajado de alunos que entra pela primeira vez na escola traga consigo uma dinâmica de colaboração,  harmonia, foco e determinação e que no futuro seja o esteio do emprego e desenvolvimento sustentado.

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