Quarta-feira, 5 Fevereiro, 2025
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Dondo regista elevado índice de desistência escolar

Por Jornal Notícias
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O GOVERNO do distrito de Dondo, na província de Sofala, manifesta preocupação com o elevado índice de desistência escolar, sobretudo entre as raparigas.

Só no ano passado, o distrito registou cerca de 1702 desistências em todos os subsistemas de ensino, com maior incidência no secundário.

Estes dados preocupam, profundamente, as autoridades, segundo afirmou Maria Bernardete, administradora de Dondo, durante a cerimónia de abertura do ano lectivo.

A responsável destacou que as desistências escolares arrastam consigo consequências, como a maternidade precoce, analfabetismo feminino e a perda de oportunidades no mercado de trabalho devido à falta de competências profissionais, o que prejudica o desenvolvimento do país.

Sem uma solução para erradicar o problema, Maria Bernardete apelou aos pais e encarregados de educação, conselhos escolares, directores e demais envolvidos para que desenvolvam estratégias  no combate às causas do fenómeno.

A administradora exortou ainda à população a denunciar casos de uniões prematuras e trabalho infantil, práticas que ocorrem em diversas comunidades e que representam um grande entrave ao desempenho dos alunos durante o processo de ensino e aprendizagem.

A governante recordou que, no ano lectivo transacto, o sector da Educação superou a meta de matrículas. Dos 81.168 alunos previstos, inscreveram-se um pouco mais de 85 mil, o que representa uma taxa de realização superior a 100 por cento. Estes alunos frequentaram as 66 escolas existentes no distrito, leccionados por um total de 1905 professores.

A administradora realçou que, do total de alunos matriculados, cerca de 73.953 concluíram o ano lectivo com sucesso, dos quais 36.258 eram do sexo feminino, correspondendo a uma taxa de aproveitamento pedagógico de 88,7 por cento. Este valor representa um crescimento de 3,2 por cento face ao ano de 2023.

Apesar dos desafios enfrentados, incluindo manifestações violentas ocorridas em todo o país,  Bernardete acredita que a adopção de diferentes metodologias de ensino e aprendizagem, aliada ao esforço e dedicação de professores, pais, encarregados de educação e alunos, contribuiu para o sucesso alcançado.

Agradeceu a estes grupos, bem como aos líderes comunitários e religiosos, pelo papel fundamental que desempenharam na mobilização e sensibilização dos alunos durante as interrupções e na retoma das actividades lectivas, sublinhando que a educação é um direito básico de todos os moçambicanos.

Ao longo do ano lectivo de 2024, o sector da Educação levou a cabo várias acções, incluindo a entrega gratuita de 64.200 livros escolares, da primeira à sétima classe, a disponibilização de cerca de 3275 carteiras e a reabilitação de 11 salas de aula nas escolas Primária Josina Machel e Básica de Chipinde.

Actualmente, estão em construção cinco novas salas de aula nas escolas de Nhamacuenguere e Manuel Cambezo, esta última no bairro de Mandruzi.

Lamentou os recentes actos de vandalismo a infra-estruturas escolares na região e apelou às estruturas locais para que se mantenham vigilantes e combatam estes crimes, que comprometem o desenvolvimento do distrito.

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