DestaqueEditorialSociedade Nacional EDITORIAL Por Jornal Notícias Há 1 mês Criado por Jornal Notícias Há 1 mês 302 Visualizações Compartilhar 0FacebookTwitterPinterestEmail 302 A venda de 91 por cento das acções do Estado na empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) é, sem dúvida, uma das decisões mais estruturantes tomadas esta semana pelo Governo. É que, no nosso ponto de vista, a importância estratégica da LAM não se resume apenas no facto dela ser empresa maioritariamente detida pelo Estado; vai muito para além disso. Trata-se da única companhia aérea nacional que liga todas as capitais provinciais, assegurando a logística mesmo em casos extremos em que, por exemplo, não haja comunicação via terrestre. Foi assim nos tempos da Covid-19. A LAM possibilitou o transporte rápido e seguro de vacinas para todas as capitais provinciais e nalguns casos recolher amostras colhidas de pacientes suspeitos para Maputo, onde funcionam os laboratórios especializados. A ligação territorial a que nos referimos nem sempre é viável do ponto de vista de rentabilidade operacional, contudo, há que mantê-la para promover a unidade nacional e dinamização da economia. Na sua comunicação, o Governo justifica a venda das acções na LAM com a necessidade de permitir um encaixe financeiro que vai financiar a aquisição de oito aeronaves e outros investimentos no âmbito da reestruturação da empresa, que passará a ser gerida sob modelos empresariais internacionais de compliance e countability. As acções, segundo a decisão do Governo, serão alienadas à Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE), todas participadas maioritariamente pelo Estado. Esta decisão é, quanto a nós, uma engenharia financeira ousada visando a mobilização flexível dos recursos necessários para a revitalização da companhia aérea, que “navegando” no vermelho devido a várias vicissitudes, incluindo dívidas com fornecedores e disfuncionalidades em quase toda a sua cadeia. A decisão tem todo o mérito, contudo, há que fazer-se de tudo para que a tradição lucrativa das três empresas – CFM, HCB e Emose – não só seja mantida, como também repassada para a LAM. Entretanto, para que isso aconteça, exige-se muita prudência dos gestores, por um lado e, por outro, que os potenciais clientes da empresa mudem a forma como olham para esta companhia, honrado tempestivamente as suas obrigações contratuais. De igual modo, não se pode permitir que os anos de prejuízos que a LAM vem acumulando sejam agora transmitidos às três empresas que entram na estrutura accionista da companhia aérea, sob pena de se estar a matar a “galinha dos ovos de ouro”. Outro aspecto importante é que a tradição do bem-servir aos passageiros acumulada pelos CFM que agora se transmita à LAM, ajudando-a a recuperar a confiança do mercado devido, fundamentalmente, à imprevisibilidade dos seus voos. Portanto, a aquisição de aeronaves deve se fazer sentir na pontualidade, comodidade e, acima de tudo, na competitividade das tarifas praticadas. Por fim, esperamos que esta engenharia financeira traga de volta o orgulho de voar nas LAM, como companhia de bandeira que mais do que ligar o país passará também a conectar o mundo com a segurança e comodidade necessárias. Foto: J.Capela Leia mais… Você pode gostar também Quando a imundice “ornamenta” a capital Percurso do quinto Chefe do Estado Sociedade do Notícias em auto-avaliação NA SADC: Livre circulação exige eficácia na segurança Editorial Jornal Noticias Compartilhar 0 FacebookTwitterPinterestEmail Artigo anterior Repostos trinta sistemas de abastecimento de água destruídos pelo “Freddy” Próxima artigo ÉPOCA CHUVOSA: Há 2500 quilómetros de estradas afectadas Artigos que também podes gostar Chapo exige reforço no controlo migratório Há 10 horas SENAMI deve acabar com facilitadores de documentos Há 10 horas PODEMOS exige investigação de assassinatos em Inhambane Há 12 horas Ciclone Jude já fustiga Nampula Há 13 horas Assistência social abrange mais agregados familiares Há 13 horas Já há custos estimados para reabilitar tribunais Há 13 horas