Segunda-feira, 10 Fevereiro, 2025
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CONFLITO NA RD CONGO: Líderes africanos apelam pela solução diplomática

Por Jornal Notícias
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OS líderes da Comunidade da África Oriental (CAO) e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) apelaram, no sábado, por uma “solução diplomática” para o conflito no leste da República Democrática do Congo (RD Congo).

“Temos de resistir à tentação de pensar que, numa situação tão complexa, podemos encontrar uma solução através de tiros ou bombardeamentos”, disse o presidente queniano, William Ruto, citado pela agência espanhola EFE.

Ruto falava na abertura da cimeira dos dois blocos regionais de oito e 16 países, respectivamente, em Dar-es -Salaam, a capital económica da Tanzânia.

“Em vez disso, temos de concordar que só uma abordagem diplomática abrangente (…) estabelecerá uma paz duradoura”, afirmou.

O presidente defendeu que tal abordagem deve falar “das causas profundas da crise” e garantir a integridade territorial da RD Congo, bem como afirmar “a soberania do seu povo e as aspirações de liberdade, justiça e desenvolvimento.”

O líder queniano dirigiu a cimeira -precedida de uma reunião ministerial, na sexta-feira, ao lado do seu homólogo zimbabweano, Emmerson Mnangagwa, uma vez que os dois líderes detêm as presidências rotativas da EAC e da SADC, respectivamente.

William Ruto insistiu que “um cessar-fogo imediato é a única forma de criar condições necessárias para um diálogo construtivo e a implementação de um acordo de paz abrangente.”

Por sua vez,  Emmerson Mnangagwa disse que a crescente instabilidade e o número cada vez maior de pessoas deslocadas internamente têm consequências de grande alcance, não só para o povo da RD Congo, mas também para as regiões vizinhas e o continente em geral.

Além de Ruto e Mnangagwa, participam na cimeira a presidente do país anfitrião, Samia Suluhu Hassan, e os do Uganda, Yoweri Museveni, da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, da Zâmbia, Hakainde Hichilema, e do Ruanda, Paul Kagame.

O presidente congolês, Felix Tshisekedi, participou virtualmente na reunião e enviou a primeira-ministra, Judit Suminwa, em seu lugar.

Também participam na reunião os chefes da diplomacia e outros ministros de Angola, Sudão do Sul, Malawi, Madagáscar e África do Sul.

A cimeira realizou-se depois de o M23 se ter apoderado de Goma, a capital estratégica da província congolesa de Kivu do Norte, a 27 de Janeiro.

Os rebeldes tomaram Goma após dias de intensos combates com o exército da RD Congo, que causaram cerca de três mil mortos e centenas de milhares de deslocados, segundo as Nações Unidas (ONU).

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