Segunda-feira, 10 Fevereiro, 2025
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HAITI: Violência sexual contra crianças cresceu 1000%

Por Jornal Notícias
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A VIOLÊNCIA sexual contra crianças no Haiti aumentou dez vezes em 2024 relativamente ao ano anterior, num país atormentado pela violência de “gangues”, que controlam 85 por cento da capital, Porto Príncipe, alertaram, na sexta-feira, as Nações Unidas (ONU).

“Um impressionante aumento de 1000 por cento da violência sexual contra crianças no Haiti transformou os seus corpos em campos de batalha”, disse James Elder, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

A agência da ONU referiu que outro flagelo que atinge as crianças haitianas é o recrutamento por parte de “gangues” que semeiam o terror na capital e que as autoridades, mesmo com o apoio de uma força policial, maioritariamente queniana e apoiada pela comunidade internacional, não conseguem travar.

Só em 2024, “o recrutamento de crianças para grupos armados aumentou 70 por cento. Hoje, cerca de metade de todos os membros de grupos armados são crianças — algumas com apenas oito anos de idade”, sublinhou Elder.

“Muitos são raptados à força. Outros são manipulados ou motivados pela pobreza extrema. É um ciclo mortal: as crianças são recrutadas para grupos que alimentam o seu próprio sofrimento”, sublinhou, lembrando que 1,2 milhão de crianças “vive sob a constante ameaça de violência” no país.

Na quinta-feira, o secretário de Estado dos Estados Unidos da América (EUA), Marco Rubio, concedeu uma isenção do congelamento da ajuda norte-americana à missão de segurança da ONU no Haiti, abrindo caminho para canalizar cerca de 40 milhões de euros em ajuda.

O Conselho de Segurança da ONU deu luz verde, em Outubro de 2023, à Missão Internacional de Apoio à Segurança (MMAS), liderada pelo Quénia, para ajudar a Polícia haitiana sobrecarregada pela violência dos “gangues”.

Entretanto, no âmbito do MMAS, apenas cerca de 800 polícias de seis países foram mobilizados desde o ano passado, embora fossem esperados pelo menos 2500.

Neste contexto, as autoridades de transição haitianas apelam a que a missão seja transformada numa força de paz da ONU.

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