Quinta-feira, 20 Fevereiro, 2025
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CÁ DA TERRA: Os exemplos que temos

Por Jornal Notícias
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EM muitos bairros de Maputo os moradores estão com a sensação de que as coisas pioraram, as ruas estão mais escuras, o policiamento diminuiu e as enchentes invadiram as zonas residenciais tradicionais e as de expansão.

Também as estradas estão mais esburacadas, bem como algumas ficaram sem os habituais semáforos, arrancados pela saga dos manifestantes, dificultando o trânsito dos pedestres e automobilistas. As vias que estavam em obras, como é o prolongamento da Av. Julius Nyerere, ficaram adiadas, formando-se, nalgumas secções, autênticas “piscinas” no lugar do asfalto.

Muitos de nós que usamos a via já não sabemos para que lado abanar a cabeça de desaprovação, se para a esquerda, direita ou se engolimos a seco cada vez que o carro afunda num buraco.    

E no trânsito… nem se fala, o que assistimos no passado dia 14 de Fevereiro, com longos e prolongados engarrafamentos, em várias vias, mostra claramente que precisamos de mais estradas em condições e que a ordem deve ser restabelecida, o mais breve possível, para facilitar a vida dos cidadãos. É que não é normal que as autoridades destaquem um sinaleiro para determinado entrocamento e os automobilistas não respeitarem as suas indicações, entanto que regulador do trânsito.

Fica visto que onde reina o caos há também muito oportunismo. Vemos como os “delivery” transitam ligeiramente pela contramão e desrespeitando, inclusive, o sinaleiro.

Estamos a viver um momento em que parece que é cada um por si. Infelizmente essa é a realidade para muitos de nós.

Se no início parecia que após as eleições sairíamos mais coesos, rumo ao desenvolvimento, que a solidariedade aumentaria, as pessoas ficariam mais amáveis, olhando e respeitando mais o próximo, com o tempo isso não se confirmou.

Não foi só na capital do país. A infelicidade aumentou. Tem havido maior insegurança económica, ansiedade, perturbação de todos os aspectos da vida e, para muitas pessoas, stress e desafios para a saúde física e mental.

Basta ver como as pessoas estão a dirigir, como se não houvesse amanhã. Mais grave ainda é a situação dos “motoboys”, que na ânsia por agilizarem as suas entregas arriscam as suas vidas e de outras pessoas.

E pelas ruas da cidade de muitos bairros lixo é o que não falta. E isso não por culpa dos cidadãos, mas da própria população e da capacidade de recolha, que é manifestamente reduzida.

Muitas vezes o contentor está disponível e as pessoas simplesmente ignoram a sua existência.

Se queremos uma cidade melhor isso começa com cada um de nós. Fazendo a sua parte, exigindo direitos, respeitando e pensando no próximo.

O princípio de tudo é a educação e isso, sem dúvidas, começa em casa com os exemplos que temos.

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