Estádio da Machava pronto em finais de Maio

IVO TAVARES

FINAIS de Maio! É esta a meta para a conclusão das obras de renovação e reestruturação do Estádio da Machava, que por estas alturas já começa a ganhar uma nova forma.   

O nível de execução do mega-projecto da modernização daquele recinto, o mais antigo estádio de futebol do país, está a 70 por cento, sendo que dentro de três meses e meio espera-se que já haja condições para a bola voltar a rolar no novo relvado natural.

A implantação do relvado natural, que virá da África do Sul, é uma das várias inovações. Aliás, esta será a última etapa das várias, sendo que umas já estão em marcha e outras deverão arrancar nos próximos dias. Mas por estas alturas o grande trabalho vai sendo da construção do novo túnel, através do qual os jogadores, árbitros, comissários da CAF/FIFA e outros agentes ligados ao jogo irão aceder ao campo e balneários.

Este empreendimento, de elevada engenharia, está a nascer por baixo de uma das bancadas próximo à tribuna e balneários, num espaço que até aqui ainda não tinha sido explorado. São ao todo quatro balneários que estão a ser edificados, que irão permitir que haja dois jogos, um a seguir ao outro, além de sala para conferências de imprensa, sala para os comissários, antidoping, tratamento médico e outras de apoio. É, certamente, uma mega-obra, que envolve a montagem de assentos plásticos por cima das bancadas de betão, montagem de novos postes de iluminação, um novo espaço para imprensa, restaurante, lanchonetes e até uma sala de vídeo-árbitro (VAR), a primeira num campo de futebol no país.    

O “Notícias” visitou as obras guiado pelo engenheiro ferro-portuária e civil de estruturas Samuel Muzime, e testemunhou que o gigante está a erguer-se a olhos vistos e com um tom elevado de modernismo.

Além da construção do túnel e dos balneários, os trabalhos cingem-se neste momento na preparação das bancadas para receber os assentos, que virão da África do Sul – mesma empresa que irá fornecer a relva – reabilitação da tribuna, construção de um restaurante que servirá a área VIP, e de uma nova zona para imprensa, construção da rampa que dará acesso ao campo para pessoas portadoras de deficiência e melhoramento do sistema de drenagem. Seguir-se-á a montagem das novas redes de protecção à volta do campo, reparação da pista de ciclismo, montagem de um novo piso de tartam para pista de atletismo, construção de uma vala que separa as bancadas da pista de ciclismo para salvaguardar a entrada do público no interior do relvado. A montagem da relva será a última fase desta grande obra.  

Questionado sobre quando será colocada a relva, o engenheiro avançou que esse trabalho ainda carece de intervenção da empresa responsável.

“Em relação ao piso em si, devo dizer que ainda não está pronto para receber a relva porque, na verdade, esta actividade é feita um pouco à espera das outras. O que pretendo dizer é que não se pode avançar muito dentro do campo sem estar tudo certo, sob o risco de estragarmos o que já foi feito e depois a relva que vem ficar com dificuldades de desenvolver”.

No entanto, tal como referiu o nosso interlocutor, o processo está bem adiantado, pois a empresa que que fornecerá as cadeiras para as bancadas tem apenas que substituir os sistemas de drenagem e de rega, porque os anteriores estão obsoletos, e depois fazer a aplicação de todas as camadas do solo até aquela vegetal que recebe a relva natural.

Muzime deixa assente que o processo da implantação é rápido e que a empresa está pronta para fazer o seu trabalho logo que o empreiteiro que trabalha neste momento saia.

Refira-se que os trabalhos na Machava arrancaram em Maio do ano passado com uma fase de estudo, sendo que os trabalhos no terreno tiveram o seu início em Setembro com a remoção da relva sintética.

De acordo com Samuel Muzime, a ideia é que o estádio seja inaugurado a 25 de Junho, o que abre espaço para que o Ferroviário de Maputo comece a jogar no seu campo a meio do Moçambola.

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