Terça-feira, 18 Fevereiro, 2025
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Dugongo: Custos de produção não permitem baixar preço do cimento

Por Jornal Notícias
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Uma redução arbitrária do preço do cimento poderá afectar a produção normal e o abastecimento do mercado, porque o custo é influenciado por múltiplos factores, que não podem ser explicados e decididos por um único dado ou número, informou ontem a fábrica Dugongo Cimentos, localizada em Matutuine, província de Maputo.

De acordo com os gestores da Dugongo Cimentos, a produção é um processo industrial complexo com custo, como calcário, gasóleo, carvão, equipamentos e matérias-primas importadas.
“Estes são alguns dos factores que estão na origem do actual preço do cimento em Moçambique”, explica a Dugongo Cimentos em reacção à pretensão popular de reduzir o preço de 50 kg de cimento para menos de 300 meticais.
A fábrica explica que ainda não foi recuperado nem metade do investimento aplicado.
Para ilustrar, a Dugongo Cimentos diz que o preço do carvão aumentou de 3.840 meticais/tonelada em 2021 para os actuais 6.450 meticais/tonelada, e o preço do gasóleo aumentou de 47 meticais/litro em 2021 para os actuais 91 meticais/litro.

Reagindo às vozes que questionam o facto de o preço do cimento Dugongo na África do Sul ser inferior ao praticado no mercado interno, a fábrica assume: “na realidade, o preço de exportação para a África do Sul está abaixo do custo de produção, não com o objectivo de obter lucro, mas para obter moeda estrangeira necessária para pagar o combustível e matéria-prima importada para a produção”.
Detalha ainda que, actualmente, os recursos como carvão em Moçambique estão concentrados principalmente na província de Tete e, devido à infra-estrutura insuficiente e à longa distância, o custo de transporte para Maputo é superior ao da importação da África do Sul.
“Portanto, precisamos recorrer a uma exportação limitada (apenas 5% da produção total) para obter moeda estrangeira e manter a produção”, sublinhou.

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