Sexta-feira, 21 Fevereiro, 2025
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ESCASSEZ DE MOEDA ESTRANGEIRA: Sessenta e três empresas têm facturas atrasadas

Por Jornal Notícias
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PELO menos 63 empresas têm dificuldades para pagar facturas aos fornecedores externos devido à falta de moeda estrangeira, gerando uma pendência global de 373 milhões de dólares, equivalente a 23.592 milhões de meticais nos últimos seis meses.

Neste grupo estão empresas do ramo da Saúde, que enfrentam dificuldades para importar medicamentos e material médico.

Estes dados foram ontem apresentados pela Confederação das Associações Económicas (CTA), reagindo ao recente posicionamento do Banco Central, segundo o qual não foi constatada no mercado a falta de divisas.

Depois de cinco dias de levantamento das empresas que se ressentem da falta de divisas, o presidente do Pelouro da Indústria na CTA, referiu que se notou que 41 por cento fazem parte do sector industrial; 25 por cento da aviação; e 21 por cento do comércio geral. Entretanto, da verba não paga 40 por cento pertence à aviação.

A presidente do Pelouro da Saúde, Mariamo Hassana, lamentou as dificuldades para importar medicamentos.

Explicou que das importações efectuadas 80 por cento provém da Índia, país muito rigoroso no comércio e que impõe um limite de três meses para o pagamento de facturas.

“A Índia corta o fornecedor que não tenha cumprido o termo, o qual fica interdito de exportar antes de receber o valor que declarou como exportado, como forma de controlo do branqueamento de capitais”, disse.

A agravar, fundamentou, os bancos comerciais disponibilizam divisas para facturas de menor expressão, razão pela qual quando as empresas importam acima de 100 mil dólares a recomendação é que a factura seja repartida.

Para reduzir a escassez de moeda estrangeira para a importação de matérias-primas, a CTA propõe que o Governo inste a indústria extractiva, em particular, a repatriar receitas de exportação dos grandes projectos.

Entende que a não resolução deste problema, a curto prazo, pode agravar a situação económica na qual Moçambique se encontra e deteriorar, ainda mais, as oportunidades de emprego, levando à continuidade das convulsões sociais.

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