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REFLEXÕES DA MUVALINDA: Quando a Saúde depende da solidariedade virtual

Por Jornal Notícias
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NO passado domingo, dia 16/02/2025, foi ao público uma reportagem que participei no jornal “domingo” que tinha como título: “Quando a saúde depende da solidariedade virtual”, assinada pela jornalista Hercília Marrengule, a quem agradeço pelo convite para que eu possa opinar nesta reportagem.

A reportagem em questão conta estórias de famílias que deparam com diagnósticos de doenças sensíveis que para custear o tratamento recorrem a pedidos de apoio financeiro nas redes sociais. E a partir da entrevista tive vários insights, que achei melhor escrever este texto.

Começo por dizer que o diagnóstico de uma doença grave pode levar a uma “montanha-russa” emocional. Os pacientes, frequentemente, sentem medo, ansiedade e tristeza. As famílias também podem experimentar um profundo impacto emocional, como a sensação de perda de controlo, preocupação constante e até mesmo estigmas sociais, o que pode resultar em conflitos internos e externos. E quando o tratamento necessário é financeiramente inacessível para o paciente e sua família os sentimentos de desespero e frustração podem surgir, eles podem se sentir impotentes e ansiosos.

Daí, ao expor sua história na internet as vítimas ou suas famílias podem enfrentar desafios como o julgamento público, críticas negativas ou a invasão de privacidade. Além disso, podem se sentir vulneráveis ao compartilhar detalhes íntimos da sua vida, como também alguns podem sentir vergonha de pedir ajuda publicamente. Porém, muitas vezes as pessoas são mais compreensivas do que imaginamos.

Entretanto, devido à onda de burladores que inventam histórias de doenças com fotografias da internet,ou levam cartazes reais e mudam os contactos para se aproveitarem da boa vontade das pessoas, muitas já não acreditam em certos pedidos de apoio e não fazem as doações às reais vítimas. Por esta razão, nos últimos tempos muitas campanhas de pedido de ajuda não têm sucesso e o impacto psicológico pode ser devastador. O paciente ou a família tendem a experimentar sentimentos de fracasso, desespero e até mesmo uma sensação de isolamento social, sentindo que não conseguiram mobilizar apoio quando mais precisavam. Lamento informar que muitos acabam por ver o seu estado clínico se agravar e até perder a vida.

Aconselho às famílias que atravessam esta triste situação a adoptarem estratégias como: buscar apoio emocional através da terapia, partilhar experiências com outros que passaram por situações semelhantes, desenvolver um plano financeiro realista, pedir ajuda nos meios de comunicação tradicionais, como televisão, rádio e jornais, pois podem garantir mais fidedignidade às pessoas e, assim, melhor apoiarem e encontrar alternativas criativas para arrecadar fundos que não envolvam exposição excessiva, como venda de produtos alimentares, artesanato, etc, informando às pessoas que ao comprar estes produtos estarão a apoiar alguém que luta pela vida.

À sociedade, no geral, exorto para que esteja vigilante às burlas e, dentro das possibilidades, possa apoiar os que pedem apoio e não deixar com que as más acções dos burladores façam com que não apoiem a quem precisa. Como a Bíblia realça, em Romanos 12:21: “Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem”. É uma mensagem poderosa sobre a importância de responder ao mal com bondade e amor, transformando situações difíceis.

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