Terça-feira, 25 Fevereiro, 2025
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MANIFESTAÇÕES: Hotéis e restaurantes são os mais afectados

Por Jornal Notícias
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A ACTIVIDADE económica dos hotéis e restaurantes no país recuou quase 15 por cento no quarto trimestre de 2024, devido à tensão pós-eleitoral, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), que apontam fortes impactos também no comércio e indústria.

De acordo com o relatório de contas nacionais do último trimestre, o INE confirma que o Produto Interno Bruto a preços de mercado (PIBpm) apresentou “uma variação negativa de 4,87 por cento, comparativamente ao mesmo período do ano 2023, perfazendo um acumulado de 1,85 por cento em 2024”.

No primeiro trimestre do ano registou-se um crescimento de 3,20 por cento; no segundo 4,50 por cento; e no terceiro de 3,68 por cento, segundo os dados do INE.

De Outubro a Dezembro, a maior queda registou-se na actividade económica envolvendo hotéis e restaurantes, que recuou o equivalente a 14,7 por cento num espaço de um ano, seguindo-se a indústria transformadora, que caiu 11,14 por cento, o comércio e serviços de reparação, com uma quebra de 10,64 por cento, e a indústria de extracção mineira, que recuou 10,06 por cento.

Moçambique vive, desde as eleições gerais de 09 de Outubro, uma agitação social, agravada pelos anúncios dos resultados eleitorais, com manifestações, protestos, barricadas, cortes de estrada, vandalização e destruição de equipamentos públicos e de empresas, saques e confrontos com a Polícia.

O Governo tinha previsto que o PIB do país iria crescer para 1,536 biliões de meticais em 2024, o que corresponderia a um aumento, em termos percentuais, de 5,5 por cento.

Quase mil empresas foram afectadas pelas manifestações pós-eleitorais, com um impacto na economia superior a 17 mil desempregados, segundo a mais recente estimativa da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).

De acordo com o levantamento preliminar feito pela CTA, foram afectadas de “forma directa”, pelas manifestações e agitação social, 955 empresas, em que 51 por cento “sofreram vandalizações totais e/ou saques de mercadorias”.

“Agregando os valores das perdas em todas as fases (dos protestos), podemos afirmar que o impacto das manifestações foi negativo e custou à economia cerca de 32,2 mil milhões de meticais, arrastando consigo mais de 17 mil postos de emprego”, sublinhou o presidente da CTA, Agostinho Vuma, citando as conclusões do levantamento.

Segundo a CTA, o sector do comércio “foi o mais afectado” e o impacto global equivale a 2,2 por cento do PIB, o que “afectou negativamente as projecções do crescimento económico de 2024”, que passaram “a se situar em 3,3 por cento, bem abaixo dos 5,5 por cento da previsão inicial”.

O documento refere igualmente que “as vandalizações e paralisações assistidas durante a quadra festiva, nomeadamente nos dias 23, 24 e 25 de Dezembro” de 2024, resultaram em perdas estimadas em 7,4 mil milhões de meticais, “sendo que 56 por cento destes prejuízos resultaram de vandalizações e os restantes 44 por cento das constantes paralisações”.

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