Catadores de lixo cobram passagem pela “J. Nyerere”

AUTOMOBILISTAS que usam a avenida Julius Nyerere denunciam cobranças ilícitas efectuadas por catadores de lixo, no troço entre a paragem Expresso e a lixeira de Hulene, na cidade de Maputo.

Organizados em grupos de três a seis elementos, os indivíduos bloqueiam a via e exigem montantes entre cinco e 10 meticais para a passagem “segura” dos veículos.

A situação iniciou em Outubro, na sequência das manifestações pós-eleitorais, e tem estado a ganhar contornos preocupantes, principalmente nas horas de ponta. “Se nos recusamos a pagar, batem nas viaturas com paus e/ou pedras. Vi um motorista a tentar passar sem pagar e teve o vidro lateral quebrado”, contou o automobilista Alberto Massango.

Mobilidade volta a ficar condicionada

Ele acrescentou referiu que, diante dos actos de vandalismo, muitos motoristas acabam cedendo às chantagens  para evitar danos nos seus veículos.

Para além das cobranças ilegais, há relatos de furtos nas viaturas de transporte público, onde os larápios retiram os bens dos passageiros através da janela.

“Já vi um passageiro a perder o telemóvel. Eles são ágeis e, quando percebemos, já desapareceram para o interior da lixeira”, relatou Isabel Zimba, residente no bairro Hulene.

Apesar da presença dos agentes da Polícia, os moradores relatam que as autoridades pouco fazem para conter a acção dos malfeitores.

“Os agentes passam por aqui, vêem tudo e nada fazem. Parece que têm medo ou simplesmente ignoram estes actos criminais”, lamentou Zacarias Sitoe, moto-taxista.

Os automobilistas pedem a adopção de medidas urgentes para devolver a segurança aos condutores e passageiros que usam, diariamente, este corredor rodoviário.

Foto: F. Matsinhe

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