Sexta-feira, 28 Fevereiro, 2025
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Destruição de escolas deixa quatro mil alunos sem salas

Por Jornal Notícias
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QUATRO mil e quinhentos alunos iniciaram as aulas debaixo de árvores no presente ano lectivo, na sequência da destruição de nove estabelecimentos de ensino durante as manifestações violentas.

Em alguns estabelecimentos de ensino da cidade de Nampula, o cenário pós-manifestações violentas é de salas e carteiras total ou parcialmente destruídas ou vandalizadas, material informático e eléctrico também vandalizado.

Os professores não têm material didáctico, o rácio aumentou e os alunos estão sentados no chão.

Dados do sector da Educação dão conta que pelo menos 100 professores ficaram afectados, sobretudo, nos distritos de Nampula, Liúpo, Moma, Larde, Mogovolas, Mossuril e Ribáuè.

Só na cidade de Nampula, as manifestações  violentas causaram a destruição de mais de nove escolas, entre básicas e secundárias.

São elas as escolas secundárias de Cossore, Nampaco, 22 de Agosto, Namicopo e Muatala, e básicas de Namiteca, Maria da Luz Guebuza, Mototope e, igualmente, Nampaco, que acolhe os dois tipos de ensino.

Na Escola Secundária de Nampaco, cinco salas de aula, um bloco administrativo, secretaria, sector pedagógico e recursos humanos  foram destruídos ou vandalizados,  afectando 300 alunos, professores e o corpo técnico-administrativo, segundo deu a conhecer a directora desta instituição de ensino, Gina Estêvão.

Já na Escola Secundária 22 de Agosto, os manifestantes atearam fogo na infra-estrutura, e tudo ficou destruído, incluindo os gabinetes do director, dos pedagógicos, biblioteca e as salas de aula.

Segundo o director provincial da Educação em Nampula, Williamo Tunzine, o facto vai condicionar o processo de ensino e aprendizagem na província, sobretudo no primeiro trimestre, marcado pela queda de chuva.

Disse que, neste momento, muitos alunos estão a receber aulas em condições não condignas, nomeadamente ao ar livre ou debaixo de árvores.

Para o responsável, os alunos terão de estudar de acordo com a realidade das escolas, enquanto se busca parcerias para flexibilizar a reposição das infra-estruturas vandalizadas.

O orçamento para a reposição das salas destruídas é estimado em mais de 15 milhões de meticais.

Afirmou que, além de aumentar o número de turmas ao relento, a situação agudizou o rácio aluno/turma em muitas escolas, mesmo com a disposição dos professores, o que poderá ter impacto negativo no sector da Educação, em todos os aspectos.

Os alunos lamentam o estado de destruição das infra-estruturas escolares. Temem que o presente ano lectivo venha a ser pouco produtivo, devido às condições em que as aulas são leccionadas, aliadas à lotação das salas que restaram, o que dificulta uma melhor interacção entre os professores e os alunos.

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