Domingo, 9 Março, 2025
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Obras de Malangatana em exposição 

Por Jornal Notícias
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VINTE e cinco obras do artista plástico moçambicano Malangatana (1936-2011) estão em exposição na Galeria do BCI, na cidade de Maputo, em uma homenagem póstuma ao pintor considerado uma das figuras mais representativas de Moçambique nesta vertente criativa. 

Intitulada “Recordando o Mestre Malangatana”, a mostra constitui um tributo à profundidade e inovação que marcaram a trajectória do artista responsável pela projecção dos hábitos e costumes nacionais além-fronteiras. 

A cerimónia de abertura contou com a presença de familiares, amigos, artistas, amantes e entusiastas, de entre eles Mutxini Ngwenya, filho do pintorhomenageado e responsável pela Fundação Malangatana. 

“A arte tem o poder de contar histórias, preservar memórias e fortalecer identidades. Malangatana, com a sua expressão vibrante, capturou a alma do povo moçambicano, suas lutas, esperanças e sonhos”, afirmou. 

O acervo da exposição pertence ao Banco Comercial e de Investimentos (BCI), a sua apresentação pública é descrita pelo administrador da instituição, Luís Aguiar, como uma forma de preservar o legado de Malangatana.  

“Com a sua arte, Malangatana representou e projectou Moçambique em várias galerias e museus ao redor do mundo, sendo visto como um ícone da nação. É fundamental continuar a valorizar este legado, mantendo viva a memória, o impacto e o alcance da sua obra”, frisou Aguiar. 

Malangatana Valente Ngwenya foi um dos mais célebres artistas plásticos de Moçambique e uma figura central na história cultural do país. Conhecido pelo seu trabalho nas áreas da pintura e escultura, é considerado um dos grandes ícones da arte contemporânea africana.

Nascido em Matalana, distrito de Marracuene, na província de Maputo, trabalhou como criado e apanhador de bolas antes de ser encorajado a desenhar e a pintar pelo biólogo Augusto Cabral e, posteriormente, pelo arquitecto Pancho Miranda Guedes.

O seu talento é reconhecido em várias formas de arte como desenho, aquarela, tapeçaria, cerâmica, gravura, escultura monumental em ferro e em cimento, em murais. Foi também poeta, cantor, dramaturgo, músico e dançarino.

Em 1959, expôs pela primeira vez no salão de Artes Plásticas de Lourenço Marques, hoje Maputo. Depois da Independência de Moçambique (1975), participou em numerosas exposições colectivas dentro e fora do país. Em 1986, realizou uma retrospectiva em Maputo. Na década de 1990, exerceu funções políticas como deputado da Frelimo na Assembleia Municipal de Maputo, tendo sido reeleito em 2003.

Em 1995 recebeu a medalha Nachingwea, pela sua contribuição para a cultura moçambicana e foi investido como Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. 

Recebeu em 1997 a nomeação “Artista pela Paz”, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e o prémio Príncipe Claus.

Foi-lhe atribuído o título de “Doutor Honoris Causa” em 2010 pela Universidade de Évora e a condecoração, atribuída pelo Governo francês, de “Comendador das Artes e das Letras”.

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