Muitos casos de glaucoma descobertos tardiamente

PELO menos 12.571 pacientes foram diagnosticados com glaucoma, no ano passado no país, sendo que em metade destes a doença, de fórum visual, estava num estágio avançado. 

O facto de a enfermidade não apresentar sintomas no início é um dos desafios para a sua detecção precoce, pois os doentes só se apercebem do problema quando já estão com uma cegueira irreversível.

Estes dados revelam uma tendência de aumento de casos da doença nos últimos anos. A título de exemplo, em 2023, foram diagnosticados 10.424 mil episódios. 

Face a este cenário, nesta semana mundial de glaucoma, as autoridades estão a reforçar a educação para a saúde da vista, de modo que mais pessoas, sobretudo as do grupo de risco, estejam consciencializadas sobre o glaucoma e procurem os serviços oftalmológicos e não só, para o exame, diagnóstico e tratamento. 

Ademais, no âmbito da promoção da campanha massiva de cirurgias no país, o Hospital Central de Maputo abriu espaço para receber pacientes com esta doença para submete-los à correcção do tecido ocular.

Sobre as províncias com alta incidência desta enfermidade ocular, a médica do Departamento de Oftalmologia no Ministério da Saúde (MISAU), Lácea Dimande, destacou a cidade de Maputo e as províncias de Nampula e Sofala, com 2277, 1986 e 1053 novos diagnósticos. 

Dimande indicou, igualmente, que apenas 292 pacientes foram operados no período em alusão.

O glaucoma constitui a primeira causa de cegueira irreversível no país. É caracterizado pela degeneração progressiva, silenciosa e crónica do nervo óptico, afectando as fibras nervosas da retina, levando a subsequentes alterações do campo visual.

Entre os factores de risco para o desenvolvimento do glaucoma aponta-se o aumento da pressão intra-ocular, a idade avançada, o histórico familiar, a raça negra, o alto grau de miopia, bem como as doenças cardiovasculares, como a diabetes e hipertensão arterial.

A semana mundial do glaucoma é assinalada de 9 a 15 de Março.

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