Quinta-feira, 13 Março, 2025
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TEMPESTADE TROPICAL JUDE: Corte de estradas paralisa economia da região norte

Por Jornal Notícias
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ABIBO ALY

A INTERRUPÇÃO da ligação entre as províncias de Nampula e Cabo Delgado, através das estradas Nacional Número Um (N1) e Número Doze (N12), respectivamente, está a se reflectir  na movimentação de pessoas e bens e sobretudo na actividade económica na região norte do país.

Os cortes em diversas secções destas rotas estratégicas estão a provocar impactos negativos, afectando comércio, indústria, mobilidade e o turismo, áreas em que os investimentos contínuos em infra-estruturas e segurança são essenciais para garantir a sua sustentabilidade.

Por exemplo, a roptura da ponte no posto administrativo de Namialo, na N1 e N12, ambas sobre o rio Monapo, no distrito do mesmo nome, bem como o corte em Anchilo, incluindo a danificação de estradas em Nacala-a-Velha, vias consideradas importantes para o escoamento de mercadorias, pode comprometer o ritmo de crescimento económico que já se vinha registando nos últimos tempos.

A região norte do país é conhecida pela produção agrícola, com destaque para algodão, gergelim e castanha de caju, sendo que o corte de estradas dificulta o seu escoamento para os mercados, resultando em perdas financeiras para os agricultores e empresários envolvidos na respectiva cadeia de valor.

O delegado da Administração Nacional de Estradas (ANE) em Nampula, Mateus Espírito Santo, tem estado a monitorar os locais onde as vias sofreram cortes, para avaliar a procura de soluções.

Neste momento, não é possível chegar a Cabo Delgado, através da N1, sobretudo nos dois pontos cortados. No caso da ponte de Namialo, sobre o rio Monapo, com cerca de 50 metros de cumprimento, o cenário em que as pessoas estão expostas é periclitante e, por conseguinte, de extrema preocupação, pois quem quiser atravessar paga um valor monetário de 250,00 meticais.

No total, são 14 cortes até agora registados, provocados pela fúria das águas, em consequência da tempestade tropical Jude que afecta Nampula, segundo o director provincial das Obras Públicas, Faquir Massalo.

De acordo com a fonte, o sector já tem um plano para intervenção nas estradas terciárias, tendo sido mobilizado apoio para a reposição de algumas vias, onde o trânsito está interrompido.

Entretanto, o Comité Operativo de Emergência (COE), liderado pela presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastre (INGD), Luísa Meque, do qual fazem parte o governador da província, Eduardo Abdula, e o secretário de Estado na província, Plácido Pereira, esteve ontem reunido, na cidade de Nampula, com membros do Governo e parceiros de cooperação para discutir formas de actuação para assistência às famílias afectadas pelo fenómeno.

Segundo Meque, até ao momento, há três pontes móveis na província, e o sector das Obras Públicas tem a responsabilidade de fazer o mapeamento dos locais que precisam de colocação deste tipo de infra-estrutura para facilitar a mobilidade de pessoas e bens. Até ontem, já havia sinais de trabalhos no terreno, sobretudo na zona de Anchilo, onde o governo mobilizou o empreiteiro que iniciou a reposição do corte na estrada, através de colocação de rochas, bem como a abertura de um desvio.

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