Terça-feira, 18 Março, 2025
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Passageiros largados à sua sorte

Por Jornal Notícias
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O TERMINAL rodoviário da Praça dos Combatentes, na capital do país, fica lotado de passageiros que formam filas nos corredores à espera de uma viatura que os leve aos seus destinos.

No entanto, os “chapeiros” não entram no terminal, deixando os utentes a mercê da boa vontade dos poucos operadores que ainda entram no recinto.

Os passageiros que chegam ao parque às 5.00 horas ainda embarcam sem problemas, mas 30 minutos depois, o cenário altera-se. Muitos acabam por recorrer a boleias pagas ou desembolsam o dobro do valor cobrado para tomar o carro do lado de fora.

Amélia Alice, residente do bairro Guava, chegou ao terminal às 6.00 horas e, sem dinheiro para as ligações, permaneceu na fila. “É difícil viver assim. Atraso todos os dias e o patrão não acredita que seja por causa dos chapas. Estou há mais de duas horas parada e a correr o risco de ser roubada”, disse.

Tal como Amélia, encontram-se vários passageiros, incluindo crianças, mulheres, estudantes e idosos, alguns dos quais doentes que procuram chegar ao Hospital Geral de Mavalane (HGM) para o tratamento. No entanto, acabam vendo as suas consultas comprometidas pela desordem no transporte.

Manuel Mandlate, morador na Polana-Caniço “A”, sofre de paralisia e faz sessões de fisioterapia no HGM. Tinha uma consulta marcada para às 7h30, mas até às 8:00 horas permanecia atento aos autocarros que passavam, na esperança de ter um lugar.

“É doloroso passar por isto. Esta situação pode agravar a minha condição. Se eu chegar às 10.00 horas, não serei atendido, e tenho apenas duas sessões por semana. É urgente que a polícia resolva a situação”, desabafou.

O idoso saiu do parque apoiado na sua bengala e, teve que pagar mais dez meticais para tomar um chapa do lado de fora. De contrário, teria que seguir a viagem em pé, tal como muitos utentes.

“Eu até podia ficar inclinado, mas por causa do meu estado de saúde, não me levam e sequer se compadecem. A continuar assim, terei que voltar para casa”, finalizou.

Anarquia nos “chapas” parece estar longe do fim

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