Sexta-feira, 21 Março, 2025
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MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO PAÍS: Mais de metade das escolas estão em áreas de risco

Por Jornal Notícias
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ESTIMA-SE que 70 por cento das escolas do país estejam em áreas de risco às mudanças climáticas e outros tipos de desastres, o que exige a adopção de estratégias de resposta às intempéries.

A informação foi prestada há dias num “workshop” de apresentação e validação de uma pesquisa sobre o impacto das mudanças climáticas em crianças e jovens, com enfoque para a prestação dos serviços básicos, como a educação e saúde, levado a cabo pela Visão Juvenil.

A pesquisa aponta que, por ano, são destruídas cerca de 540 salas de aula e 57 mil alunos ficaram afectados pelos eventos climáticos.

Custódio Tamele, consultor que apresentou o relatório, apontou que os danos em infra-estruturas escolares devido às intempéries aproximam-se aos dois milhões de dólares (cerca de 130 milhões de meticais).

“Outros impactos das mudanças climáticas na educação têm a ver com a vulnerabilidade da rapariga, algumas das quais afastadas das escolas para ajudar no sustento familiar ou unirem-se prematuramente. Outras ainda são forçadas a deslocar-se internamente”, referiu.

Acrescentou que as salas de aula destruídas tornam-se inutilizáveis ou usadas para abrigar os afectados, o que causa a interrupção da leccionação.

A interrupção, quando prolongada, causa, por seu turno, dificuldades aos professores para recuperarem as aulas perdidas.

“As crianças e adolescentes estão altamente expostas, o que torna os investimentos em serviços sociais mais relevantes, porque podem fazer uma diferença significativa na nossa capacidade de salvaguardar os afectados do impacto das mudanças climáticas”, indicou.

Na saúde, segundo apontou a fonte, as vítimas ficam expostas a doenças físicas e mentais como desnutrição, lesões, malária, diarreias, stress, depressão, ansiedade e fobias.

Tamele considera os sistemas de informação de saúde fundamentais no apoio a tomada de decisões e lamentou o facto de as capacitações sobre saúde e mudanças climáticas serem escassas.

“O Governo deve adoptar políticas e legislação abrangente, que redefinam os conceitos de pessoas deslocadas para incluí-las na agenda do clima, capacitar as crianças através de estabelecimento de programas de redes de segurança social pós-catástrofe e garantir apoio financeiro para as necessidades relacionadas à educação das famílias deslocadas”, concluiu.

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