Segunda-feira, 31 Março, 2025
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Histórias de líderes que salvaram gerações

Por Jornal Notícias
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A HISTÓRIA da mulher moçambicana carece de uma revisão nos manuais escolares, de forma a destacar o papel das líderes nacionais responsáveis pelas transformações, cujos efeitos perduram até à actualidade.

Este é o ponto de vista da escritora Paulina Chiziane, que partilhou a trajectória de Josina Machel, da Rainha Achivanjila e Chicumbane, personalidades-chave de movimentos responsáveis por salvar gerações.

Segundo a escritora Paulina Chiziane, a história de muitas líderes moçambicanas não é amplamente conhecida. Poucas pessoas sabem quem foi a Rainha Achivanjila, do Niassa, uma figura cuja reputação transcendeu a sua província, mercê do seu papel de unificação das tribos.

Achivanjila era concubina do rei e tornou-se rainha depois de salvar centenas de escravos seleccionados para a morte devido às suas deficiências, que os tornavam inaptos para o comércio. Depois de uma década de segredo, ela revelou a sua acção ao monarca, mostrando os escravos protegidos e suas gerações saudáveis. Admirado pela visão, nada mais coube ao rei senão a proclamar rainha.

“Após a morte do rei, Achivanjila governou de forma independente, preservando a autonomia das suas terras e do seu povo. Destacou-se pela resistência às pressões externas, como as tentativas de colonização portuguesa, para além da habilidade de unir tribos. Na época, desempenhou um papel central na valorização da mulher na sociedade”, contou.

Chiziane destacou ainda que, à semelhança da história de Achivanjila, está o papel da Chicumbane, reconhecida por curar doenças a milhares de pessoas, com base em ervas na província de Gaza. Devido à sua grandeza, a região onde habitava foi assim designada em sua homenagem.

“Em Eswatini (antiga Suazilândia), há descendentes dos escravos que Achivanjila ajudou. Fiquei feliz ao saber disso, por isso até hoje, quando uma Rainha Achivanjila falece, outra é escolhida para o trono, garantindo que o seu legado continue”, concluiu. De acordo com a fonte, ambas representam a resistência e a luta das mulheres africanas pela preservação dos seus direitos. Por isso, essas histórias devem ser divulgadas, a fim de desmistificar a associação das mulheres às  feitorias ínfimas.

Foto: Sergio Manjate

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