Força paramilitar executa mais de 100 civis no Darfur

O GRUPO paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) matou mais de 100 civis no final de Março em Al-Malha, no Darfur do Norte, uma região do Sudão em guerra, indicou, no sábado, uma organização de defesa dos direitos humanos.

A Autoridade de Advogados de Darfur para os Direitos Humanos disse, em comunicado, que cerca de 100 civis foram mortos, na sequência de confrontos na área, entre 20 de Março e 2 de Abril, alguns dos quais executados por paramilitares.

“Cometeram as mais abomináveis violações contra cidadãos desarmados: assassinatos, torturas, pilhagens e incêndios em mercados e algumas instituições”, denunciou a organização, que monitoriza os crimes de guerra nesta vasta região ocidental do Sudão, quase inteiramente controlada pelas FAR

A 20 de Março, os paramilitares apoderaram-se de Al-Malha, um nó rodoviário entre a cidade nortenha de Al Daba e Al Fasher, o último reduto do exército sudanês no Darfur, cercado pelas FAR há quase um ano.

Na sequência desta ofensiva, segundo a organização, os paramilitares “liquidaram” e mataram “traiçoeiramente” dezenas de civis desarmados, que tiveram de fugir em massa para outras regiões do país para escapar à violência.

De acordo com os dados das autoridades locais, reproduzidos pelas Nações Unidas (ONU), cerca de 250 mil pessoas – a maioria crianças, mulheres e idosos – foram forçadas a abandonar Al-Malha e a procurar refúgio noutras aldeias, onde existe uma grave escassez de mantimentos e serviços básicos.

A guerra no Sudão, que começou em Abril de 2023, transformou o país no cenário da pior crise humanitária do planeta e obrigou mais de 12,5 milhões de pessoas a fugir das suas casas.

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