O PRESIDENTE da África do Sul disse ontem que o seu Governo não responderá por despeito ou guiado por emoções às tarifas de 31% que o Presidente dos Estados Unidos impôs às exportações sul-africanas.
“Estas são questões que vamos continuar a tratar de forma muito responsável e apropriada. Não somos um Governo que age por despeito e ou por emoção”, disse à imprensa durante uma assembleia do Congresso Nacional Africano (ANC).
O líder sul-africano defendeu que os EUA, “como país soberano, têm o direito de tomar as decisões que quiserem”, e no caso em apreço, o Governo esta a examinar o impacto que terão sobre o país.
Na sexta-feira, o ministro das Relações Internacionais e da Cooperação da África do Sul, Ronald Lamola, afirmou que as tarifas recíprocas afectariam vários sectores da economia, incluindo a indústria automóvel, a agricultura, alimentos e bebidas processados, metais, produtos químicos e outros segmentos da indústria.
Embora alguns produtos, como o aço, produtos farmacêuticos e certos minerais críticos e recursos energéticos, tenham beneficiado de isenções, Lamola advertiu que as tarifas terão “implicações para o emprego e o crescimento no país.
Para contrariar o impacto, Lamola disse que Pretória já está a trabalhar para diversificar os destinos de exportação para novos mercados em África, na Ásia, na Europa, no Médio Oriente e nas Américas.
Ainda como resposta à acção dos EUA, o Presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, anunciou que vai retirar todas as tarifas sobre produtos norte-americanos para construir uma relação mutuamente benéfica, após a decisão de impor novas tarifas de 18% às exportações do país.
“Com o objectivo de construir uma relação mutuamente benéfica e positiva com os Estados Unidos da América, sob a liderança do Presidente Trump, vou ordenar ao Governo do Zimbabwe que suspenda todas as tarifas sobre produtos originários dos Estados Unidos”, disse na sua conta da rede social X.
A medida, disse, destina-se a “facilitar” a expansão das importações dos EUA para o mercado local, ao mesmo tempo que promove o crescimento das exportações do Zimbabwe para os EUA.
“Esta acção sublinha o nosso compromisso para um quadro comercial justo e uma cooperação bilateral reforçada”, afirmou o chefe de Estado do Zimbabwe.
Referiu ainda que, embora o princípio da reciprocidade dos direitos aduaneiros como instrumento de protecção do emprego e dos sectores industriais nacionais “seja válido”, o Zimbabwe optará por uma política de “relações amigáveis” com todas as nações. (Lusa)